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Pré-natal falho gera aumento da mortalidade infantil
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
19/07/2009 | 08:00
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O pré-natal inadequado é o maior responsável pela mortalidade infantil. Especialistas apontam que a grande parte dos óbitos de crianças com até 1 ano ocorre nos primeiros 28 dias de vida do bebê, quando ele não resiste a problemas que poderiam ter sido detectados e até sanados durante a gravidez.

Estatísticas da Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) mostram que quatro das sete cidades do Grande ABC aumentaram as taxas de mortalidade infantil de 2008 em relação ao ano anterior. São elas: Ribeirão Pires (subiu de 8,45 para 13,6 mortes para cada 1.000 bebês nascidos vivos), Mauá (cresceu de 13,39 para 15,6), São Bernardo (praticamente manteve a média de 11,97 para 12,1), e Rio Grande da Serra que teve o maior salto de 13,18 para 20,4 óbitos. As demais - Santo André, São Caetano e Diadema - melhoraram os índices.

Para o professor de pediatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Renato Nabas Ventura, a grande causa da mortalidade infantil está na falta de assistência. "São problemas relacionados ao pré-natal, parto e pós-parto imediato. Saneamento básico, planejamento familiar e a vacinação ajudaram a diminuir as taxas, mas agora precisamos melhorar o pré-natal." Ventura reforça que as gestações de risco de adolescentes, mulheres com mais de 35 anos, ou provenientes de fertilidade assistida também contribuem para as taxas de mortalidade.

O Ministério da Saúde preconiza que a mulher inicie o pré-natal no primeiro trimestre da gestação e passe por seis consultas, no mínimo. O atendimento tem de ser garantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Na prática, não é assim. Cerca de 40% das mulheres que dão à luz no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, não fizeram nenhuma consulta ou estão com o pré-natal incompleto, segundo a médica responsável pela clínica neonatal do hospital, Sandra Frota Ávilla Gianelo. "Faz uma diferença grande. Ainda há desinformação e falha no sistema público de Saúde. Há muitos partos prematuros por falta de cuidado da gestante."
Sandra lembra que durante o primeiro ano da criança cuidados especiais são necessários: vacinação e visitas mensais ao pediatra também são armas contra a mortalidade infantil.




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