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Escola propicia a alunos vivência na fábrica
José Carlos Pegorim
Da Redaçao
11/04/1999 | 18:27
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Cerca de 450 alunos da EE (Escola Estadual) Laura Lopes, no Bairro Prosperidade, em Sao Caetano, participam de uma série de visitas às pequenas fábricas instaladas ao seu redor. Com a colaboraçao dos micro-empresários locais, eles estao aprendendo mais e melhor o que é o mundo do trabalho, eixo do planejamento escolar do Lauro Lopes.

As visitas sao feitas em grupos de 20 a 30 alunos e duram cerca de 1h30. Elas incluem estudantes de várias séries, que trazem perguntas desenvolvidas em salas de aula como ponto de partida para pesquisa de campo, e cada grupo visita apenas um local. Mas o que mais mobiliza os alunos sao as explicaçoes que o próprio dono da fábrica ou o funcionário especialista dao sobre cada uma das máquinas e atividades que desenvolvem.

Este ano, seis empresas serao visitadas pelos alunos da escola, e vários poderao encontrar seus próprios pais trabalhando. Sao ferramentarias (que fazem ferramentas de corte e dobra, utilizadas na fabricaçao de outras peças), fabriquetas de móveis e oficinas, entre outras.

Segundo a coordenadora pedagógica do Lauro Lopes, Rosemeire Bento Simoes, 27 anos, o bairro sofreu mudanças significativas em seu perfil nos seus últimos 30 anos. Situado numa curva da avenida dos Estados, o Prosperidade tem ruas concêntricas e quase circulares e ruas radiais que partem da praça da Riqueza. Os problemas cíclicos com as enchentes do Tamanduateí já foram bem piores. Nesses anos, o bairro, que é exclusivamente residencial, passou a concentrar uma série de pequenas indústrias e o Laura Lopes, que já foi a única escola daquela regiao e teve 1,7 mil alunos, hoje tem apenas 450.

O projeto com as empresas começou no ano passado circunscrito apenas a disciplina de Geografia e as turmas de 5ª série. Desta vez, foi estendido a toda escola, sendo trabalhado diferentemente em cada disciplina. Pedagogicamente, tem sido um sucesso. Os alunos ficam completamente envolvidos com a pesquisa. "O mais indisciplinado é o que mais pergunta na empresa", diz Mara Paula Graciani, 37 anos, professora da 3ª série. "A teoria é muito abstrata e chata até a 6ª série", diz o professor de História e Geografia Agnan de Andrade Matos, 35 anos. "O professor tem de oferecer o momento da prática, que é o propósito do trabalho", completa.

Carlos Alberto Aguiar de Souza, 39 anos, dono da Ferramentaria MCL, uma das empresas visitadas e que tem dois filhos no Laura Lopes, apóia integralmente o projeto. Sua irma é professora de Português na escola. Foi a primeira vez que abriu suas portas para que os alunos visitassem a fábrica. "Eles vieram primeiro com perguntas técnicas, mas depois fizeram perguntas movidos pela curiosidade." Beatriz Dominguez, 7 anos, aluna da 1ª série, precisa descobrir se, para trabalhar naquela fábrica, era preciso estudar. "Precisa estudar muito, principalmente matemática", contou, satisfeita com sua pesquisa.




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