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Presos escapam após 7 tentativas em Diadema
Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
03/11/2003 | 23:08
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De tanto tentar, eles finalmente conseguiram. Às 3h desta segunda, oito presos da Cadeia Pública de Diadema fugiram através de um túnel subterrâneo de aproximadamente 30 metros de extensão que partiu da cela 6 e desembocou no gramado em frente ao prédio anexo à unidade do 1º Distrito Policial da cidade. Esse foi o sétimo túnel encontrado pela polícia em um mês e é também o mais comprido já aberto na cadeia. Ele estava construído em paralelo ao de 25 metros descoberto no último dia 16, até então considerado o recordista em extensão.

A cadeia está com problemas estruturais gravíssimos. O promotor de execuções criminais da comarca, Christiano Jorge Santos, pediu a desocupação imediata da prisão. Sete dos oito presos que conseguiram fugir eram da faxina (interlocutores dos demais detentos junto à direção da cadeia), e cometeram crimes de homicídio, roubo e tráfico de droga. Até a noite desta segunda nenhum deles havia sido recapturado.

Com tantos buracos, o subsolo da cadeia já está parcialmente oco. Grande quantidade de terra foi retirada pelos presos na abertura de cada túnel. Nesta segunda, pelo menos quatro caminhões basculantes saíram carregados de terra da cadeia. O engenheiro da Prefeitura de Diadema, Sidnei Pestana Gouveia, constatou a impossibilidade de concretar o caminho vazio do túnel.

A situação fez com que o promotor de execuções criminais da comarca, Christiano Jorge Santos, enviasse um ofício ao procurador geral de Justiça, Luiz Antônio Guimarães Marrey, para que atue junto aos secretários de Segurança Pública e Administração Penitenciária na imediata desocupação da Cadeia. “A situação é dramática, necessita providências urgentes. Se não forem tomadas, mais fugas ocorrerão”, ressaltou o promotor.

Os policiais civis de plantão conseguiram evitar a fuga dos detentos nas seis tentativas anteriores. “Hoje, se os policiais não interferrissem logo no início, todos os presos poderiam ter fugido”, disse o diretor da cadeia, o delegado João Alves de Almeida. Testemunhas afirmaram que os fugitivos foram ajudados por motoristas de uma Kombi e de uma Fiorino. Os veículos estavam parados numa rua ao lado da delegacia. Na hora da fuga, a cadeia estava com 293 presos. Sua capacidade é para apenas 60.




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