Raquel Iotte era uma promissora jogadora de futebol. Aos 14 anos já mostrava habilidade com o uniforme da Portuguesa. Um acidente inusitado, porém, fez com que ela mudasse de esporte, trocando os gramados pelas quadras de tênis. Na época, sofreu afundamento do crânio, após uma pedrada na cabeça, e foi obrigada a optar por um esporte que não exigisse contato físico: foi aí que descobriu as raquetes.

Nos Jogos Abertos do Interior, a tenista defende Jundiaí, que na quarta-feira cruzou com São Bernardo. Ela e a companheira Ana Silva perderam para Teliana Alves, a atual número um do País, e Nanda Alves, que já esteve no topo.

"Valeu a experiência de enfrentá-la. Procurei jogar solta e deixar a pressão para ela. A obrigação de vencer era dela", contou a tenista, que perdeu para Teliana por 2 sets a 0 (6/4 e 6/1) e depois teve de deixar Piracicaba às pressas, pois está em época de provas na faculdade de Educação Física e tinha de realizar uma apresentação à noite. Ana Silva levou dois pneus (6/0) de Nanda.

Simpática ao extremo, a jogadora relata com bom humor a pedrada que a fez mudar de esporte. "Estava brincando na rua e um garoto, que era meu amigo, jogou o tijolo, que me atingiu na cabeça. Tive de fazer cirurgia para colocar uma placa e, por um tempo, não podia sequer andar de bicicleta, pois era perigoso", relatou. "Mas de certa forma foi bom, pois o futebol feminino do País é um esporte com pouquíssimo apoio", comparou.

Raquel hoje se diz apaixonada pelo tênis, mas sempre que pode exibe a habilidade com os pés. " Sempre faço embaixadinhas com a bola de tênis. É incontrolável", confessou.

Resultados - Na quarta-feira, São Caetano bateu Campinas no feminino sub-21 e conquistou o ouro. A cidade contou com a argentina Maria Irigoyen e a brasileira Roxana Spholnic Vaisemberg.

Nesta quinta-feira, no masculino livre, São Caetano decide o título com Jundiaí. Pelo feminino livre, São Bernardo disputa o ouro com Piracicaba.