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Corte de luz tem 10 dias de trégua
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
27/05/2004 | 22:16
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A partir desta sexta, os moradores de São Bernardo que forem flagrados pela AES Eletropaulo com iregularidades em instalações elétricas não terão o fornecimento de energia cortado de imediato, além de ganharem um prazo de dez dias para procurar a AES Eletropaulo e negociar a dívida.

A decisão foi anunciada nesta quinta, depois da segunda reunião realizada entre a Prefeitura e a concessionária. O prefeito da cidade, William Dib e o vice-presidente da AES Eletropaulo, Roberto Mário Di Nardo, negociaram o acordo. A empresa também se comprometeu a realizar campanhas de marketing para informar a população dos bairros a serem fiscalizados, antes de efetuar cortes coletivos.

A AES Eletropaulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a notificação do fraudador antes do corte imediato de energia já foi uma prática da empresa, mas que deixou de ser adotada porque muitos moradores não apareciam para negociar a dívida. E que a retomada do procedimento se dá exclusivamente em São Bernardo, e que está amparada pelas resoluções da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A empresa ressaltou ainda que o combate à fraude não será interrompido em nenhuma das 24 cidades que estão sob sua área de concessão.   

Gatos – Desde o início do ano, as inspeções na periferia da cidade foram intensificadas depois de denúncias da existência de gatos nas regiões do Jardim das Orquídeas, Las Palmas e Riacho Grande. Segundo a empresa, os bairros estavam completamente tomados pela irregularidade: três em cada cinco casas desviavam energia para baratear a conta no final do mês.

De acordo com vários relatos ouvidos pelo Diário, os usuários protestavam contra a agressividade dos funcionários da AES Eletropaulo, que segundo os depoimentos, entravam nas residências sem autorização, acusavam os proprietários de irregularidade, quebravam o muro, desligavam a energia e partiam sem maiores explicações. Muitos também se queixaram de serem coagidos pelos técnicos a assinar o termo de ocorrência, no qual o consumidor assume ser um “furtador de energia”.

O número de reclamações foi tão grande que a prefeitura interviu no caso e pediu esclarecimentos à concessionária. A primeira reunião foi realizada na última terça-feira, em São Paulo, na sede do CSPE (Comissão de Serviços Públicos de Energia) autarquia ligada ao Governo do Estado que fiscaliza todas as empresas que prestam o serviço em São Paulo. Na ocasião, a prefeitura propôs a interrupção das ações de inspeção e que os consumidores tivessem um prazo para regularizar a situação.

As faturas chegam a R$ 80 mil, referentes à energia que foi consumida mas deixou de ser paga por causa do desvio. Os valores podem ser parcelados em até 60 vezes.




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