A altitude de 3.640 metros será capaz de parar a Seleção Brasileira? Essa é a pergunta que será respondida hoje, a partir das 17h, quando o time do técnico Tite mede forças com a Bolívia, pela penúltima rodada das Eliminatórias da Copa. A posição na classificação – o Brasil lidera e está assegurado no Mundial, enquanto os bolivianos, em nono, não têm mais chances de ir à Rússia – mostra a disparidade técnica entre as equipes, mas o efeito do ar rarefeito encontrado em La Paz costuma ser devastador.

Em duelo como esse a estrutura à disposição dos atletas é fundamental. A comissão técnica do Brasil fez uso de todas as armas possíveis para minimizar os efeitos da altitude. Os brasileiros vão passar oito horas em La Paz e, na bagagem, o grupo levará 11 cilindros de oxigênio, um para cada titular. Os jogadores devem fazer uso do recurso no intervalo para recuperar o fôlego e minimizar possíveis dores de cabeça e mal-estar.

“A altitude assusta mais por desconhecimento do que pela situação. Existem três efeitos que ela provoca: fisiológicos, mecânicos e clínicos. A nossa estratégia é diminuir os clínicos: dor de cabeça e mal-estar. Levaremos o que é necessário para evitar isso. O que falta lá em cima é ar. A densidade é menor, assim como a quantidade de oxigênio que entra no pulmão”, explicou o fisiologista da Seleção, Luiz Antonio Crescente.

Solucionado o problema da altitude, é de atitude que o Brasil precisa para manter a campanha quase perfeita desde que Tite assumiu a equipe. Foram nove vitórias e o empate contra a Colômbia na última rodada.

O excelente retrospecto permite ao treinador fazer testes, mesmo em jogos oficiais. E ele não vai perder a oportunidade. A novidade fica por conta de Thiago Silva, que ocupa o lugar de Marquinhos na defesa. Sem Marcelo, contundido, Alex Sandro ganha uma chance. Na frente, Philippe Coutinho reaparece no lugar de William.

Tite diz que as mudanças indicam que a lista dos 23 jogadores que irão à Rússia em 2018 e que será anunciada em maio está aberta. “O fato de convocar quatro ‘novatos’ (Arthur, Fred, Danilo e Tardelli) mostra que estamos atentos e acompanhando todos nesses oito meses que restam até a Copa do Mundo. É um tempo importante para consolidar, parar crescer, há esse espaço. É uma concorrência leal”, comentou.