Setecidades Titulo Ocupação em São Bernardo
Justiça marca audiência de conciliação sobre terreno

Após protesto, ficou acordado que representantes do MTST e de área ocupada se reunirão amanhã

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
14/09/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Terminou sem acordo a negociação entre lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e integrantes do Executivo de São Bernardo, que ocorreu ontem à tarde no Paço Municipal, durante protesto que reuniu 4.000. O grupo ocupa, desde o dia 2, terreno privado no bairro Assunção, como forma de reivindicar moradias. Audiência de conciliação está marcada para amanhã, no Fórum da cidade, entre representantes do movimento e da MZM, proprietária do terreno, localizado na Rua João Augusto de Souza.

Os secretários de Assuntos Jurídicos, José Carlos Pagliuca, e o de Segurança Urbana, Carlos Alberto dos Santos, receberam Guilherme Boulos, líder do movimento, além de um dos advogados do MTST, Benedito Roberto Barbosa. Lideranças do movimento pediram para que a conversa fosse com o prefeito Orlando Morando (PSDB), mas ele não estava no Paço.

“A postura da Prefeitura de São Bernardo foi mais uma vez irresponsável e inconsequente. Fica evidente que o Paço está apostando em conflito”, disse Boulos. No carro de som, o líder chegou a ofender o prefeito com palavras de baixo calão, por não ter recebido a comissão.

Insatisfeitos com o resultado da conversa, os integrantes do MTST acordaram nova manifestação para amanhã. A trajetória do protesto, entretanto, ainda não foi revelada. Boulos citou três possíveis lugares: a Prefeitura de São Bernardo, a Via Anchieta ou até mesmo a residência do prefeito.

Durante o ato, a GCM (Guarda Civil Municipal) montou barreira no saguão de entrada do estacionamento da Prefeitura e funcionários da Câmara foram dispensados. Viaturas da Força Tática da Polícia Militar também estiveram no local.

Em meio aos manifestantes, foi possível avistar figuras políticas que fazem oposição ao atual governo, como é o caso da vereadora de São Bernardo Ana Nice (PT), o vereador de Guarulhos Edmilson Souza e do assessor parlamentar do deputado Teonílio Barba (PT).

Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo reafirmou sua política habitacional implantada desde janeiro, que obedece ao número de 1.980 famílias cadastradas e que recebem auxílio-aluguel na cidade. “O município não concorda com este modelo de invasão por moradia, que vai contra a sua política, reforçando que muitas das pessoas do terreno não são moradores de São Bernardo.”

A ocupação, que ganhou o nome Povo Sem Medo, já conta com 3.500 famílias acampadas, conforme a liderança do MTST. No entanto, decisão judicial proferida no dia 6 autoriza a reintegração de posse da área. As tratativas para que a ação ocorra estão a cargo da PM (Polícia Militar), tendo em vista que o juiz Fernando de Oliveira Domingues Ladeira, da 7ª Vara Cível do município, proibiu a participação da GCM no ato. O procedimento segue sem data para ocorrer.




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