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Pedreiro morre e 3 ficam feridos em Diadema
Leone Farias
Da Redaçao 
28/03/1999 | 19:25
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Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas sábado, às 17h, no Jardim Marilene, em Diadema, quando ocupantes de dois veículos dispararam mais de 30 tiros contra uma casa em construçao na rua do Progresso. A rajada de balas atingiu o pedreiro Reginaldo Pereira da Silva, 23 anos, que construía a laje da casa, seu ajudante e outras duas jovens. O pedreiro nao resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no PS.  

Carlos Kauffman de Campos, 22 anos, permanece internado no HPD (Hospital Público de Diadema), e as donas de casa Silvania Barbosa da Silva, 21 anos, e Adriana Dias dos Santos, 23 anos, que estavam em frente à obra no momento do crime, foram atingidas de raspao pelas balas.  

Reginaldo trabalhava na construçao da casa, e Carlos fazia um "bico", ajudando-o, quando os carros - supostamente um Opala azul escuro e um Fusca branco ou amarelo, segundo testemunhas - se aproximaram do local, com seus ocupantes já de armas em punho e disparando contra a obra.  

Um dos tiros acertou a cabeça de Reginaldo, que caiu sobre o cimento, desacordado. Carlos levou quatro tiros - um no tórax, dois na barriga e um na perna -, passou por cirurgia para extraçao do baço e conseguiu sobreviver, mas permanece internado em observaçao.  

Silvania e Adriana, que estavam conversando em frente a uma casa próxima à obra, foram feridas, porém sem gravidade. "Nao deu para ver nada. Quando ouvimos os disparos, saímos correndo", disse Adriana, que levou um tiro de raspao na barriga. Silvania também foi atingida de raspao, mas passa bem. As casas e carros das redondezas ficaram com várias marcas de balas perdidas.   

Família - "Era um rapaz muito bom, honesto, que tinha trabalhado o dia inteiro", disse a mae de Reginaldo, Geny Celeste da Silva, 45 anos, ainda em estado de choque. "Ele nao tinha inimigos, nao fumava nem cigarro", afirmou sua irma, Angelita Pereira, descartando um possível envolvimento do pedreiro com consumo ou tráfico de drogas.  

Revoltados, moradores do bairro dizem que esta nao é a primeira vez que pessoas sao executadas friamente no Marilene. "Por que a polícia nao vem aqui atrás dos matadores? Só nesta semana, é a segunda vez que acontece um tiroteio no bairro", afirmou Geny.  

Um amigo da família, o aposentado Afonso José dos Santos, 58 anos, que ajudou a socorrer Reginaldo, também se queixa da onda de violência no Jardim Marilene. "Parece até que somos discriminados. A polícia nao aparece por aqui." Afonso também perdeu um filho, assassinado na mesma rua, há algum tempo. "Até hoje, o crime está impune", afirmou Santos.




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