“Rato tem de monte, não sei de onde eles saem. Tem quatro anos que desapropriaram a área e depois disso (a área) virou isso daqui”, afirma a cabeleireira Raquel de Oliveira Rocha, 30 anos, moradora do bairro Santa Terezinha, em São Bernardo, apontando para o espaço que exemplifica a situação encontrada em terreno abandonado na altura do número 365 da Avenida Luiz Pequini.

As montanhas de entulho, juntamente com o descarte irregular de lixo, deixam os moradores descontentes. Segundo os munícipes abordados pela equipe de reportagem do Diário, a promessa da administração era a de fazer área de lazer, além de construir moradias.

“É um descaso. Estamos abandonados. Moro aqui há 24 anos, tem gente que vem de longe jogar lixo, esse é o problema. Quando faz sol, o cheiro fica mais forte. A comunidade, às vezes, vai carpindo, mas não tem jeito. Sou tia de 14 sobrinhos e não tem como eles brincarem no meio desse lixo aqui”, reclama Raquel.

O líder comunitário Otacílio Salviano de Aquino, 50, classifica o problema como abuso. “Falta de fiscalização do poder público porque deixou aberto, deveria ter colocado tapumes. É uma falta de respeito com a comunidade. Não sei o que é que acontece. A promessa era de duas torres para colocar as famílias, mas abandonaram o local”, relata.

O zelador Jaiel Almeida Siqueira, 26, mora próximo à área há 15 anos e considera o problema como descaso, porque após a desapropriação foi prometido também acesso à avenida principal, mas o que restou foi o lixo. “Eles (Prefeitura) nem vêm olhar, deixaram largado. A comunidade tenta, mas não tem como limpar. O pessoal joga e a gente não tenta impedir para evitar confusão.”

A Prefeitura de São Bernardo informou que no local foram feitas desapropriações para a execução da abertura de uma rua, já pavimentada atualmente, e uma praça. “Existe o projeto de construção de conjunto habitacional horizontal, de responsabilidade da Cooperativa Habitacional dos Servidores Públicos de São Bernardo (terreno particular), ao qual coube à Prefeitura apenas proceder pela autorização da obra, por meio de alvará expedido em 2006”, ressalta a nota.