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Diadema tem dois casos de dengue
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
16/03/2007 | 22:35
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O Grande ABC tem os dois primeiros casos de dengue auctótone (originados na própria cidade). As duas confirmações ocorreram em Diadema.

A Prefeitura não informou com exatidão onde ocorreram os dois casos. Disse apenas que foram em bairros próximos das rodovias Imigrantes e Anchieta. A reportagem solicitou entrevista com responsáveis pela área, mas não obteve o pedido atendido.

A administração limitou-se a dizer, de forma genérica, que a Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses, realiza trabalho permanente preventivo e educativo durante todo o ano, envolvendo técnicos e a população em todos os bairros da cidade. De acordo com a Prefeitura, os agentes visitam os imóveis do município para eliminar os criadouros do mosquito e onde há casos confirmados da doença, técnicos realizam a nebulização, que é a aplicação do inseticida.

Diadema não realiza a contagem dos focos como as outras cidades, um a um. Utiliza o índice Breteau. Método que aponta a porcentagem de imóveis com criadouros com larvas do mosquito por área (de 10 mil a 12 mil metros quadrados). Segundo a Prefeitura, neste ano esse índice está entre 1 e 2. No ano passado, ficou entre 2 e 3. De acordo com o Ministério da Saúde, os índices toleráveis ficam abaixo de 1.

A explosão de focos de dengue não ocorre só em Diadema. O avanço da doença desde o início do ano é verificado em todo o País. Em São Paulo, o governo do Estado criou uma força-tarefa para combater os casos.

Na região, Santo André, São Bernardo e Mauá tiveram uma explosão de casos, levando a crer que mais casos autóctones sejam constatados nos próximos dias, aumentando assim os riscos de disseminação, segundo o coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde do município, João Carlos Tristão.

Na cidade, os focos da doença aumentaram 21,26% neste ano ante igual período de 2006. Até agora, houve três casos importados, ou seja, de contaminação em outras cidades.

As prefeituras dizem que continuam suas campanhas durante todo o ano e que a culpa é da população, que relaxou com a queda de casos e voltou a acumular água parada no quintal de casa.

“A proliferação é cíclica. Em 2002, houve um pico, que está voltando agora. A falta de prevenção das pessoas contribuiu bastante. Apesar das campanhas educativas, os moradores só se sensibilizam quando os casos explodem na mídia”, argumenta Tristão.

Neste sábado haverá mutirão em diversos bairros da cidade. Outros três estão agendados até o final do ano. Os locais onde há mais perigo de infestação são os parques Novo Oratório, Capuava e João Ramalho.

“Neste ano, o clima está mais quente e chuvoso em relação períodos anteriores, facilitando a disseminação dos focos. As pessoas relaxaram na prevenção por causa da baixa da doença nos anos passados”, afirmou Vagner Kuroiwa, diretor da Vigilância à Saúde em São Bernardo. No município houve aumento de 34,30% nos focos do Aedes aegypti. “Em 2006, distribuímos 200 mil cartilhas educativas em escolas estaduais. No dia 26, vamos dar 30 mil publicações em escolas particulares”, disse o diretor. Os bairros mais afetados são Rudge Ramos, Paulicéia e Taboão.

Em Mauá, o aumento de focos foi de 126,66%, de 15 para 34. Os bairros Jardim Sônia Maria, Parque das Américas e Jardim Zaíra são os mais perigosos. “Ampliamos o trabalho de visita aos domicílios e ações educativas, mas o clima e a falta de prevenção dos moradores não ajudaram”, afirmou o coordenador da Coordenadoria da Vigilância à Saúde, James Gonçalves Belchor.



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