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Escolas de Mauá não farão desfile
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
31/01/2009 | 07:00
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As 16 escolas de samba de Mauá não organizarão um desfile independente. Cada uma terá autonomia para decidir se realiza festas em barracões ou se participam do Carnaval de outra cidade. Há pouco mais de 20 dias do início da comemoração, as agremiações estariam com todas as fantasias prontas. Faltariam apenas os carros alegóricos.

 No início do mês, o prefeito Oswaldo Dias (PT) vetou a Lei 4.402/2008, assinada em 9 de dezembro pelo antecessor Leonel Damo (PV), que tornava o desfile obrigatório. A Prefeitura justificou a decisão dizendo que "não terá condições de viabilizar a festa" em decorrência das dificuldades financeiras que tem enfrentado.

 Seriam gastos cerca de R$ 3 milhões com organização e infraestrutura do evento. A administração também informou que ainda não definiu se disponibilizará subvenção para que as escolas de samba realizem o Carnaval 2010.

 Em 2007, a Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá) recebeu R$ 470 mil para dividir entre as agremiações do município. No ano passado, a mesma quantia teria sido prometida, porém, a verba recebida foi de R$ 351 mil. Todo o dinheiro foi gasto pelas agremiações. "A situação da cidade está muito precária", diz o presidente da Uesma Roberto Amaro de Lima. Ele afirma que cerca de 15 mil foliões desfilariam. A expectativa era de que aproximadamente 250 mil pessoas passassem pela festa durante os quatro dias.

 Preparando um desfile sobre a saga dos negros no Brasil desde junho, a escola Ordem e Progresso, quinto lugar em 2008, pretendia entrar na avenida com quatro carros alegóricos e 500 integrantes. "Estávamos com o Carnaval completamente pronto. Só faltavam os carros", disse a presidente Laudicéia da Silva Santos. Sem condições de se apresentar em Mauá, a escola vai contribuir com o desfile da Renascente, em São Bernardo, e com uma comunidade em Bragança Paulista, no Interior.

 A Associação Esportiva e Cultural Beira Rio, vice-campeã do ano passado, homenagearia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "Quando dei a notícia, todo mundo começou a chorar", conta a presidente Elaine Cristina Gatti. Agora, a escola irá compor o Bloco do Bigode, que sairá pelas ruas da cidade no dia 14 de fevereiro. As fantasias serão guardadas.

 A escola Flor do Morro foi convidada a desfilar em Santos e em Santo André. "Não acho justo levar para outro lugar o que tinha para mostrar aqui", diz a presidente Sandra Maria de Oliveira.

HISTÓRICO - Durante o mandato anterior de Oswaldo Dias (de 1997 a 2004) a cidade também ficou sem Carnaval oficial. A festa voltou a ser realizada em 2005, quando o atual superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) Diniz Lopes governou interinamente o município. Em 2007, Damo a cancelou a comemoração alegando não ter recursos financeiros suficientes para viabiliza-la. Ano passado, o evento ocorreu normalmente. (Colaborou André Vieira)




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