Setecidades Titulo
Sto.André terá banco de esperma
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
22/12/2003 | 22:23
Compartilhar notícia


A Faculdade de Medicina do ABC deve colocar em operação até a metade do ano que vem um serviço de congelamento de esperma, destinado principalmente a portadores de câncer que pretendem garantir a gravidez de suas parceiras. Isso porque o tratamento com quimioterapia, muito comum nos casos de câncer, compromete a produção de espermatozóides. De acordo com o chefe de ginecologia da Faculdade, Caio Parente Barbosa, o banco de esperma também deverá atender a mulheres que desejem receber doações e, com isso, engravidar. O projeto de melhorias no atendimento do setor de reprodução humana da instituição começa em fevereiro, quando a faculdade triplica a capacidade de receber casais com dificuldade de fecundação.

O banco de esperma – a exemplo do serviço de reprodução humana mantido pela Faculdade – será o primeiro do Grande ABC. De acordo com Barbosa, na Região Metropolitana de São Paulo apenas o hospital Albert Einstein e clínicas particulares possuem bancos desse tipo.

“A necessidade de um serviço de congelamento é grande. Pode-se projetar que surjam, a cada ano, mil novos casos só de leucemia (tipo de câncer que atinge o sangue). Portadores dessa doença poderão congelar esperma antes de começar o tratamento, que compromete a capacidade de reprodução”, disse.

No caso de mulheres interessadas em receber esperma de doadores desconhecidos, o banco deverá garantir o sigilo para as duas partes.

Melhorias –A capacidade atual de atendimento do setor vai triplicar a partir do dia 1º de fevereiro, quando entram em operação as novas instalações. O atendimento passa a ser feito em quatro consultórios. Hoje, existe uma sala de ultrassonografia e um consultório, que atende entre 15 e 18 casais por dia.

A Faculdade passa a atender também, no período da tarde, pacientes com convênio médico. Durante a manhã, as consultas serão apenas para pessoas encaminhadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

“No caso dos convênios, vamos oferecer um serviço com preço bastante inferior ao de clínicas particulares”, explicou o médico.

Em procedimentos de fertilização e inseminação artificial adotados pela instituição, o custo do tratamento chega a ser até 85% menor. Esta é a diferença, por exemplo, quando se usa o método ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide - o óvulo é segurado pelo médico por uma micropipeta, enquanto o espermatozóide é injetado com uma microagulha), que na Faculdade sai por R$ 1.050, contra os R$ 7 mil cobrados em clínicas particulares.

Foram investidos cerca de US$ 220 mil (R$ 638 mil) na ampliação do serviço. A expectativa da Fundação é reduzir a formação das filas que acontecem pela manhã. Segundo Barbosa, a espera para pacientes do SUS é de cerca de um mês hoje, enquanto no Hospital das Clínicas, esse tempo chega a dois anos.

De acordo com a assessoria de imprensa da Faculdade, a taxa de fertilização no procedimento de inseminação artificial intra-uterina é de 80%, com 20% de chances de gravidez. Os índices são similares a outros serviços de reprodução assistida de São Paulo, segundo Barbosa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;