Em Chocolate, a gastronomia volta a transformar almas. A Babette da vez é Juliette Binoche, cuja beleza já esteve a serviço do bem em trabalhos com Krzysztof Kieslowski (A Liberdade É Azul) e Louis Malle (Perdas e Danos). Apesar de atuações acima da média, Juliette está gradativamente sendo domesticada pelo establishment ianque. Seja em O Paciente Inglês ou neste Chocolate.
Indicada ao Oscar, a atriz interpreta uma forasteira que, ao chegar à diminuta cidade de Lansquenet, abre sua loja de chocolates. As iguarias provocam efeitos colaterais, como paz de espírito e saúde sexual.
Adocicar a vida alheia. Uma das mais baratas metáforas do cinema atual tem por trás o nome de Lasse Hallström, diretor que fez a crítica sorrir com Minha Vida de Cachorro e se lamentar depois de Regras da Vida. Condicionado para o sucesso comercial, Hallström amarga o manual das convenções ao fazer de Chocolate uma peça da obviedade.
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