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Ocara vai contar a história dos sons
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
14/02/2011 | 07:56
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Veterana do Carnaval de Santo André, a Ocara Clube promete muita emoção na avenida com o enredo O Encanto do Som Sem Fronteiras.

A inspiração foi despertada pela televisão. "Em março do ano passado estava assistindo a um programa sobre a vida de Beethoven (maestro austríaco do século 18). Ele, que era surdo, conseguia se expressar por meio de vibrações, e foi quando tive a ideia de falar sobre sons", afirma a carnavalesca Marília dos Santos, 49 anos.

A dona de casa que há 25 anos está no Carnaval tem grande responsabilidade neste ano. É o primeiro em que assume função tão importante.

"Em dois meses criei tudo, acompanho cada detalhe e por enquanto está saindo tudo dentro do que imaginava. Que continue assim, me cobro demais. Mas, para tudo dar certo, depende de toda a escola", ressalta.

A agremiação será a terceira a desfilar no dia 6 de março, por volta das 22h40, no Espaço Pirelli (Avenida Giovanni Batista Pirelli, próximo ao Carrefour). Na avenida, os foliões vão conhecer desde o som universal "om" que surgiu na explosão do Big Bang, até a tecnologia do presente e do futuro.

"Terá os sons naturais, como trovão, cachoeira, os sons dos animais, do folclore brasileiro até os sons de hoje", explica Marília, que procurou desenvolver o emocional do ser humano quanto aos sons.

Não é apenas Marília que tem uma grande responsabilidade. O vice-presidente e diretor do barracão, Djalma Barreto, 61, é responsável pelos carros alegóricos.

"Coloco em prática tudo que Marília colocou no papel, mas nem sempre tudo dá certo. Além do desenvolvimento dos carros, fico atento à segurança. Minha esposa, por exemplo, vai como destaque de um carro em uma altura de 4,2 metros, contando do chão", afirma Barreto, que começou na escola na bateria, em 1970.

Há seis anos no comando, o presidente da Ocara, o aposentado Sidnei Godoy, 59, precisa ficar atento a todos esses detalhes.

"É muita preocupação e dedicação total. O Carnaval virou um hobby e lazer, melhor do que ficar em casa", afirma Godoy, que há cinco anos parou de trabalhar.

ALAS
Serão 450 componentes distribuídos em 12 alas e quatro carros alegóricos. Na bateria serão 60 pessoas, entre eles, Enzo Mazoni, 11 anos. Há três anos, o jovem sai na bateria tocando caixa. "Moro próximo da quadra, meus pais vinham, eu os acompanhava e comecei a gostar. Quero dar o meu melhor e continuar muito tempo". finaliza o garoto.

Escola de Santo André detém o recorde de títulos

Além de ser a escola mais antiga em atividade da região, a Ocara Clube detém o recorde de títulos, 24.

A agremiação foi fundada em 1956, num baile de Carnaval. Heleonidas Vieira, o Léo, em conversa com Geraldo Ferreira, tiveram a ideia de formar um clube com o objetivo de movimentar a festa andreense - ingressando na folia primeiramente como bloco carnavalesco.

Foram três nomes até chegar em Ocara Clube, que quer dizer, em tupi-guarani, reunião de famílias.

O símbolo da escola é um índio, que se identifica com o espírito da agremiação, que é o de sempre lutar.

AVALIAÇÃO
Há uma década no samba e há seis ocupando a presidência da escola, Sidnei Godoy, 59 anos, faz avaliação da festividade na região.

"O Carnaval envolve muita coisa. Prova disso é a Ocara, que é uma veterana. A cada ano, os cuidados com o tema, fantasias, carros e preparativos finais exigem muito. Nos últimos cinco anos, vejo que as agremiações amadureceram e estão procurando se aperfeiçoar cada vez mais", afirma.




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