A Associação Lar Escola Irmão Alexandre vai fechar as portas por falta de verba neste mês, após 36 anos de trabalho no bairro Mauá, em São Caetano. A entidade é a mais antiga da cidade e abriga crianças e adolescentes em risco, encaminhados por indicação da Justiça.

O fechamento da instituição, que ainda não foi comunicado oficialmente a nenhum órgão responsável, traz uma interrogação: para onde vão os 21 internos atendidos?

O presidente da entidade, Vanderlei Rampass, ainda não confirmou oficialmente a interrupção das atividades. “Só vou falar na segunda-feira, após mandar ofício para todos os órgãos competentes”, afirmou, sem confirmar o teor do ofício.

Funcionários do abrigo e outras fontes consultadas pelo Diário confirmaram a decisão do fechamento. Os 23 funcionários já estão cumprindo aviso-prévio, que vence no próximo dia 20.

A entidade é filantrópica e recebe pequena parcela de verbas públicas, repassadas pela Prefeitura. Segundo a administração de São Caetano, está previsto para este ano o repasse de R$ 59.760, vindos dos cofres estadual, federal e municipal, o que dá menos de R$ 5.000 por mês.

De acordo com empregados, o custo mensal do abrigo é de R$ 40 mil. O grosso da receita vem de doações. O bazar da entidade está funcionando a pleno vapor, em ritmo de saldão.

O Conselho Tutelar e a Vara da Infância e Juventude de São Caetano não foram comunicados ainda. “Não recebemos nenhuma informação a respeito”, afirmou a juíza substituta Taís Caroline Brecht Esteves Fischmann. A Promotoria da Infância e Juventude informou que o promotor responsável está de licença até o dia 18 e só ele poderia falar sobre o assunto.

As outras duas entidades que fazem atendimento semelhante ao Lar Irmão Alexandre são a Casa Lar Novo Rumo, no bairro Barcelona, e Lar Luz do Amanhã, no bairro Santa Paula. A tendência é que as duas entidades recebam os internos do Lar Irmão Alexandre.