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O pombo-correio sempre volta para o lugar onde nasceu. Mesmo que tenha sido retirado do ninho quando saiu do ovo, saberá onde é seu local de origem. Assim, caso o criador queira que leve uma mensagem para outro lugar terá de ensinar o novo caminho, levando-o até lá e soltando-o para que aprenda voltar para casa.
Os estudiosos encontraram explicações para essa capacidade. Como tem excelente visão, quando o destino é próximo ao local de origem e o voo ocorre pela manhã, a ave consegue se localizar por pontos de referências, como montanhas. Quando a distância é maior, se orienta pela posição do Sol; à noite, é guiada pela Lua e estrelas.
Em grandes distâncias, se baseia pelo eixo magnético da Terra. Acredita-se que o pombo tem no bico partículas de ferro que funcionam como a agulha de uma bússola, servindo de orientação. Essa agulha indica sempre para o Norte, como toda bússola.
Estudos da Universidade Federal de Pernambuco indicam que em locais onde há muito ferro no solo, esse minério interfere no voo e o pombo se perde. Mas ele é tão esperto que, em geral, consegue identificar a área e desvia o caminho.
QUAL É O BICHO? - O pombo-correio é da mesma espécie do pombo doméstico que vive nas praças. Não é originário do Brasil. Chegou aqui com os colonizadores portugueses, a partir de 1560, e já naquela época era usado para a comunicação.
O pombo-correio pode voar a 80 km/h e é muito forte. Pesa entre 425 e 525 gramas.
AVE SALVOU VIDAS NA GUERRA - O uso de pombo-correio é muito antigo. Desde 42 a.C, era usado para levar mensagens a lugares distantes, em razão da falta de comunicação na época. Um dos primeiros registros é do imperador Marco Antonio, que invadiu a Gália (atual França) e tinha de informar os romanos sobre isso. Usou o pombo para transmitir a notícia.
Nas duas grandes guerras mundiais, essa ave teve papel importante, mesmo com a existência do rádio, para transmitir mensagens. Na Primeira Guerra (de 1914 a 1918), o pombo Cher Ami ajudou um batalhão americano, que ficou cercado pelos inimigos alemães, a avisar outros americanos que não sabiam desse grupo perdido. Foi enviado um pombo-correio informando que havia americanos naquele lado e não deveriam atacar. O pombo chegou ao destino ferido e não resistiu. Mas a mensagem salvou a vida de 194 pessoas.
SAIBA MAIS
- Hoje seu uso é, praticamente, voltado ao esporte. No Brasil, a Federação Columbófila Brasileira reúne 1.700 integrantes, que criam e treinam essa ave para participar de competições.
- Os criadores se distanciam até um ponto inicial e lançam os pombos para que voltem ao local de origem, ou seja, onde vivem. As distâncias e o tempo de percurso são computados por uma chapinha que leva na pata.
- O lado ruim é que alguns estão sendo usados para o transporte de drogas e até peças de celular para os presídios, como os casos que ocorreram recentemente em cidades do interior paulista. Os presidiários criam pombos e os entregam aos visitantes, já que na saída do presídio não precisam mais ser revistados pelos policiais. Assim, as aves voltam para lá carregando o que foi pedido. (Supervisão Teresa Monteiro)
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