No geral, protestos contra reformas da
Previdência e trabalhista foram tranquilas
Líderes sindicais, trabalhadores e estudantes foram às ruas do Grande ABC ontem, já na madrugada, a fim de protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Michel Temer (PMDB). Os atos paralisaram transporte público, deixando terminais de ônibus e estações de trem vazios (leia mais na página 2), bloquearam vias e afetaram serviços.
Na Avenida dos Estados, em Santo André, a manifestação começou por volta das 5h, reunindo cerca de 100 pessoas, entre integrantes da Força Sindical e estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC). O grupo interditou os dois sentidos da via, na altura da Avenida do Oratório (onde recentemente ponte cedeu devido às fortes chuvas). No sentido Capital, cones e cavaletes da Prefeitura foram incendiados. Houve congestionamento.
Princípio de confronto foi registrado. A PM (Polícia Militar) foi acionada e chegou a lançar bombas de gás lacrimogêneo em direção aos manifestantes, o que gerou clima de tensão. O trânsito foi liberado, no sentido Mauá, às 6h20. E pouco mais de uma hora depois a pista foi aberta para quem seguia à Capital.
Em São Caetano, por volta das 5h, o Sindicato dos Metalúrgicos já se posicionava em frente à portaria 4 da fábrica da GM (General Motors), na Avenida Goiás. A promessa era bloquear a via, o que não aconteceu. “Não queremos bagunça”, ponderou o secretário-geral do sindicato, Cícero Marques da Costa, segundo o qual a paralisação teve 100% de adesão nas empresas do município.
Manifestantes fecharam parcialmente a entrada da Rodovia Anchieta para o Riacho Grande, em São Bernardo. O Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo), em conjunto com moradores, obstruiu a via por cerca de duas horas, entre 6h e 8h.
Em Mauá, integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) bloquearam por quase uma hora os dois sentidos do Rodoanel, próximo à Avenida Jacu-Pêssego, ateando fogo a pneus. Policiais militares dispersaram o movimento com bombas de gás lacrimogêneo.
“Se não formos às ruas, se não assumirmos esse tipo de luta radicalizada, não reverteremos o processo de retirada de direitos”, avaliou a professora estadual e militante da Organização Espaço Socialista Iraci Lacerda, 44 anos.
O estudante Olavo de Oliveira, 22, defendeu as mudanças por meio de ações populares. “Tenho medo de ter meus direitos tolhidos no futuro.”
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