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Transporte da região para em dia de manifestações

Estações da CPTM no Grande ABC amanhecem
fechadas; ônibus também não circulam nesta sexta

Caroline Garcia
Do Diário OnLine
28/04/2017 | 07:43
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Caroline Garcia/DGABC


Atualizado às 11h40

O Grande ABC amanheceu sem transporte público nesta sexta-feira, dia de greve geral organizada pelas centrais sindicais de todo o País contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) iniciou a paralisação meia-noite, deixando de atender cerca de 190 mil usuários da Linhas 10 – Turquesa, que compreende a região, e da Linha 7 – Rubi, da Capital. As linhas municipais e intermunicipais de ônibus também estão paradas. 

Na estação Prefeito Celso Daniel-Santo André a movimentação é tranquila desde cedo e havia poucas pessoas no local às 6h30. Integrantes da UGT (União Geral dos Trabalhadores) estavam com faixa em frente à estação alertando a população quanto à greve. "A paralisação está muito bem organizada, sem piquete. Não tivemos nem que fazer conscientização com os trabalhadores de tão participativa que está sendo", afirma Manuelito Ribeiro da Paixão, diretor do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, representante das Linhas 7 e 10 da CPTM.  

Thaís Medeiros, moradora de Santo André, 29 anos, estava em frente à estação logo cedo e ia a pé para o segundo trabalho do dia. "Dei plantão em São Caetano e agora vou para outro hospital em Santo André. Quando sair, por volta das 17h, vou ter que caminhar duas horas até minha casa. Acho que a greve é válida pois estão tirando o direito dos trabalhadores. Eu não posso parar porque trabalho com pacientes e não posso deixá-los na mão, mas quem pode deve parar", disse a auxiliar de Farmácia.

Em São Caetano, o clima deserto na estação de trem e nos pontos de ônibus é o mesmo. O porteiro Demisvaldo Mota Loscano, 37, estava revoltado e quase solitário no local. "Acabei de trabalhar 12 horas e agora não tenho como ir embora. Moro no Itaim Paulista, na Capital, e não sei o que vou fazer. Quer fazer greve, faz. Mas mantem o efetivo mínimo de 30%. Como fica o trabalhador agora? A Dilma (Rousseff, ex-presidente da República) e o (Michel) Temer (atual presidente da República) ferraram o País e a gente que paga agora. Por isso eu não voto", reclama.

Na esperança de encontrar ônibus rodando, algumas pessoas ainda esperavam nos pontos na Avenida Faria Lima, no Centro de São Bernardo, por volta das 9h. "Estou tentando ir para o Sacomã desde às 6h40. Já avisei o chefe que talvez eu não chegue. Não sei como vai ser meu dia, se será descontado ou vou ter que repor, mas eu não tenho como chegar, não tem o que fazer", lamenta a doméstica Sandra Quirino da Silva, 55.

A operadora de caixa Tathiane Midori Tamura, 22, teve que recorrer ao Uber para conseguir chegar até o Centro de São Bernardo para retirar documentos e dar entrada na carteira de motorista. "Moro no Taboão e dividi o Uber com outra mulher. A corrida deu R$ 43 e eu paguei metade. Se não fosse a greve, pagaria pouco mais de R$ 10."

Em frente ao terminal de ônibus de São Bernardo, Ana Carolina Araújo, 18, esperava o fretado da faculdade. "Não sei nem se ele vai passar. A greve causa um tumulto para a população, mas se faz necessária pela situação do País. Pelo menos o brasileiro está reagindo e não está esperando sentado uma atitude do governo", contou a estudante da UFABC (Universidade Federal do ABC).

Em Ribeirão Pires, funcionários da empresa de transporte público Viação Rigras, que atende a cidade, fecharam a garagem na Avenida Francisco Monteiro por volta das 6h. O terminal rodoviário da cidade está vazio e a estação de trem não funcionam. Em Mauá, também as estação de trem estão com as portas trancadas e o terminal de ônibus sem operação. A mesma situação ocorre em Diadema, com os terminais sem nenhuma movimentação.

Liminar

Os sindicatos dos metroviários e ferroviários foram contra a liminar obtida na Justiça pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que determina o direito de locomoção aos cidadãos. Em caso de descumprimento, há multa de R$ 937 mil às entidades que aderirem aos atos. (Com colaboração de Orlando Filho)




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