A mostra recupera obras de artistas comprometidos com o regime de Benito Mussolini, como o pintor Mario Sironi (1885-1961), importante caricaturista do jornal fundado pelo "Duce", "Il Popolo d'Italia".

A mostra "Retrato de Uma Idéia" engloba os mais de 20 anos de fascismo, desde 1922 até os anos 40, apogeu do culto à personalidade e da propaganda. Pinturas, esculturas e projetos de arquitetura, entre outras obras, mostram a produção cultural nesses anos, fortemente estimulada por Mussolini, que usou a propaganda para exaltar os valores nacionalistas.

Vários quadros são dedicados à Itália trabalhadora, de gente que cumpre seu dever em nome de uma "pátria grande", como dizem os cartazes. Bronzes imponentes mostram o corpo de atletas fortes, como os que ainda existem no estádio de atletismo de Roma. Um busto mostra Mussolini entre o povo, que contempla com humildade os milagres da modernidade trazida pelo fascismo.

A exposição dedica um grande espaço à arquitetura, com fotos, maquetes, mapas e projetos que mostram a grande importância que o fascismo dava à realização de grandes obras públicas. O "Palácio da Civilização Itálica", construído em Roma por ocasião da Exposição Universal de 1942, é o símbolo de um estilo de arquitetura que marcou o urbanismo e inspirou arquitetos célebres, como o francês Le Corbusier.

"O perigo desta exposição é que ela seja interpretada como uma espécie de nostalgia do fascismo ou uma mensagem dizendo que aquela época não era tão ruim", admite a curadora da mostra Paola Lodola. "A exposição faz parte de um ciclo dedicado à arte e à propaganda, e não muda o julgamento negativo que fazemos do fascismo", acrescentou.