Economia Titulo
Financiamento de veículos sobe 23,7%
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
19/01/2007 | 23:12
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O slogan ‘estabilidade econômica’, tão citado em 2006, estimulou não apenas o crédito imobiliário. A combinação de queda da taxa de juros e mais dinheiro nos bancos também aumentou as opções de financiamento para a compra do veículo novo. Segundo levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), o volume de carteira de financiamentos de automóveis atingiu a marca de R$ 62,7 bilhões.

Em 2005, o valor não passou dos R$ 50,6 bilhões. Ou seja, a carteira cresceu 23,7%. “A economia brasileira se apresentou nos últimos três anos de maneira mais estável. Isso criou ambiente local para a busca do grande sonho. Certamente a queda da taxa de juros, a estabilidade de emprego, a dilatação dos prazos e a oferta de crédito do sistema bancário facilitaram a compra do carro novo”, analisa o diretor executivo da Anef, Flávio Croppo.

O representante da entidade também acredita que o crescente lançamento de modelos bicombustíveis no mercado estimulou o financiamento. “Muitos consumidores anteciparam a compra do carro novo para obter a vantagem do álcool.”

RECURSOS
O aumento na procura por formas de parcelamento forçou o Sistema Financeiro Nacional a destinar mais de R$ 47 bilhões ao financiamento de automóveis, valor 26% superior ao mesmo período do ano passado, que registrou R$ 37,3 bilhões, de acordo com a Anef.

Para 2007, o diretor da associação acredita que o movimento do mercado não mudará, “caso a economia não tenha nenhum engasgo interno ou externo que mude o quadro”. Segundo Flávio Croppo, como a expectativa é de que o mercado interno seja o responsável pelo crescimento das vendas – pois as exportações irão diminuir – os bancos estão mais dispostos a fazer negócio, o que diversificará ainda mais as opções de crédito.

MOTOCICLETAS
Pelos dados da associação, no mercado de motos os financiamentos representaram cerca de 55% do total de 1,56 milhão de unidades vendidas. “A performance do mercado de motocicletas só pode ser comparada com a do celular (a produção cresceu 19,6%).

Historicamente, as motos tinham praticamente a metade dos negócios no consórcio. Agora, com crédito abundante, o consórcio representa somente 27% das vendas”, explica Croppo.

CAMINHÕES
Na opinião do especialista, o financiamento de caminhões ainda continuará a crescer timidamente neste ano. “O prograna Procaminhoneiro, do BNDES, não decolou como todos esperavam. O que precisa ser feito é mudar culturalmente a idéia do crédito para caminhoneiro.”

Segundo Croppo, para este ano algumas mudanças foram essenciais para melhorar o desempenho do programa. “O governo precisou autorizar as montadoras que tinham empresa de leasing a atuarem diretamente na venda de caminhões.”, explica.

O reflexo dessa mudança, segundo ele, só será sentido agora. “Como os bancos não estavam adaptados para essa mudança, foi preciso investir em instalação e equipe. Assim, as instituições entram em 2007 já preparadas para atender a demanda”, conclui.



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