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Defesas Civis se preparam para as chuvas de verão
Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
24/08/2010 | 07:15
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Para tentar amenizar o impacto das chuvas de verão, as Defesas Civis da região já começam a se preparar para o período. Entre as medidas adotadas, estão a compra de equipamentos e realização de palestras e reuniões para discutir o tema com os funcionários.

Ontem, os representantes dos órgãos dos sete municípios se reuniram no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para inicias as discussões sobre o plano regional de enfrentamento às enchentes e deslizamentos.

O próximo verão será menos chuvoso, de acordo com o meteorologista Edison Bastos Machado Junior. O especialista atribui o menor volume de chuvas a La Niña, fenômeno de resfriamento das águas do Oceano Pacífico. "O La Niña é mais seco, e provoca tempestades localizadas. A expectativa é registrar até 1.000 milímetros. No último verão tivemos o El Niño (que provoca o aquecimento das águas), com cerca de 1.300 milímetros de precipitação no Grande ABC."

O coordenador regional de Defesa Civil, Eduardo Drigo da Silva, explica que há discrepâncias entre as cidades quanto à estrutura disponível para atender as emergências. "A Defesa Civil de Santo André possui ISO 9000, enquanto de Rio Grande da Serra tem poucos recursos. É importante a troca de ideias. Nesses encontros traçamos metas do que precisamos melhorar e cobrar das autoridades", explica Drigo.

As Defesas Civis, em conjunto com secretarias, já desenvolvem desde abril ações para a amenizar os estragos causados pelas chuvas, como a limpeza e desobstrução de bocas de lobos, galerias, piscinões e córregos.

O objetivo é que o trabalho siga de maneira integrada durante a Operação Verão, que ocorre entre dezembro e março. "As secretarias de Promoção Social, Obras e Serviços Urbanos são fundamentais para a Defesa Civil, sustenta Drigo.

Santo André, São Bernardo e São Caetano são as cidades melhor equipadas, mas ainda estão longe do ideal, segundo Drigo. "Diante do grande número de ocorrências que tivemos no último período de chuvas, ainda é necessário melhorar."

O coordenador afirma que em Santo André e São Caetano o ponto alto é a quantidade de equipamentos e agentes para atender a população. Já em São Bernardo, merece destaque o mapeamento e monitoramento das áreas de risco - feitos pelo sistema fotográfico - e a orientação dada para as crianças nas escolas.

Drigo explica que os tipos de ocorrência também variam de acordo com o município. São Caetano registra casos de desmoronamento por conta de obras de edifícios, além das cheias nos bairros próximos ao Córrego dos Meninos e o Rio Tamanduateí.

Santo André atende mais ocorrências de alagamentos nas regiões próximas aos rios e córregos, e deslizamentos em áreas como o Jardim Santo André.

Em São Bernardo, as inundações são frequentes na região central, e os deslizamentos de terra ocorrem na periferia. Em Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra as quedas de barrancos costumam obstruir as vias de acesso aos municípios. Já em Diadema, alagamentos e deslizamentos são registrados por toda a cidade. Quedas de árvores são comuns a todos os municípios.

 

Pelo menos sete morreram no período

As fortes chuvas que atingiram o Grande ABC no último verão resultaram em diversos deslizamentos de terra e alagamentos. Sete pessoas morreram, centenas tiveram de deixar as suas casas por conta do risco. Foi exigida força tarefa dos bombeiros e defesas civis.

No dia 21 de janeiro ocorreram cinco mortes em decorrência de deslizamentos de terra. Em Mauá, mulher de 34 anos morreu logo após ser resgatada na Chácara Maria Francisca. Em Santo André, homem de 47 anos perdeu a vida após barraco da parte de cima do terreno deslizar sobre o dele.

Já em Ribeirão Pires, três pessoas da mesma família ficaram soterradas no bairro Santo Bertoldo. A mãe e duas filhas foram ‘engolidas' pela terra. Os corpos da meninas foram resgatados pela manhã, mas o da mãe foi encontrado após 13 horas de buscas.

Uma criança de 10 anos morreu soterrada após deslizamento de terra na noite do dia 19 de janeiro em São Bernardo. A casa dela foi soterrada por um barranco que desabou. O outro óbito foi de um adolescente de 14 anos, soterrado no dia 3 de dezembro, no Jardim Hélida, em Mauá.

Além das mortes, os deslizamentos bloquearam ruas, avenidas e estradas, e fizeram com que diversos imóveis fossem interditados.

No final de janeiro a Defesa Civil estadual decretou estado de alerta em Mauá e Ribeirão Pires, prevendo deslizamentos e alagamentos. Ribeirão decretou estado de calamidade pública, por conta do temporal que atingiu a região na madrugada de 21 de janeiro. A Defesa Civil da cidade registrou 500 ocorrências entre 1º de dezembro e essa data.

Dezenas de alagamentos como no dia 1º de fevereiro deixaram o Grande ABC intransitável.




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