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Empresas do ABC estão otimistas com 2002
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/11/2001 | 17:37
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Otimismo, mas com cautela. É dessa forma que especialistas, associações empresariais e executivos da região projetam o cenário econômico para o ano que vem. A avaliação geral é de que há sinais de melhora na economia interna, com o descolamento do Brasil em relação à crise argentina na visão dos investidores, a alta nas exportações e as providências das empresas e da sociedade para se adequar ao racionamento de energia, que evitaram cortes compulsórios na eletricidade. O ano que vem, segundo muitos, traz ainda um fator tradicionalmente positivo para a economia: as eleições. Boa parte dos receios diz respeito às incertezas sobre o mercado mundial e seus reflexos.

Para o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Municipal de São Caetano (Imes), Leonel Tinoco, há motivos para acreditar que 2002 seja melhor do que este ano. “O ano que vem é de eleições, quando há mais investimentos e criação de renda. E o que preocupava mais, a Argentina, não preocupa tanto. Prova disso é que o dólar tem caído.” Mas ele disse que há alguns senões: “As exportações deverão ser dirigidas a um mercado retraído, mas precisamos exportar para gerar divisas.”

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica (Abiplast), Merheg Cachum, também aposta em um 2002 diferente deste ano, em que os resultados do setor ficaram estagnados. “O esforço exportador pode ser uma ajuda”, afirmou. Para ele, as vendas externas são hoje apenas 5% de todo o faturamento dessa indústria, e “há muito potencial para crescer”. Mas Cachum se mostra receoso em relação a outros pontos: “No setor automotivo, as fábricas continuam estocadas, não vejo possibilidade de um ano maravilhoso.”

Móveis – Na indústria moveleira do Grande ABC, a expectativa é se recuperar de uma queda de 30% neste ano. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria dos Móveis de São Bernardo e Região, Hermes Soncini, neste fim de ano, fabricantes que em outros anos já tinham sua carteira de pedidos lotada aguardam encomendas. “O consumidor cada vez demora mais a voltar.” Para o coordenador do Imes, o ânimo do consumidor pode determinar o futuro da economia. “Se o comércio vender bem em dezembro, haverá reposição de estoques.”

Entre as grandes empresas, muitas não fecharam seus planejamentos, mas há boas perspectivas. A Rhodia Poliamida espera em 2002 manter o ritmo de crescimento superior aos 10% dos últimos anos. Em 2001 a companhia terá alta menor, segundo o vice-presidente, Rui Chamas, devido à economia instável.

O gerente de novos negócios da Petroquímica União, Jorge Rosas, espera que a empresa cresça ou no mínimo mantenha a produção deste ano, mesmo com a parada de um mês programada para meados de 2002. A empresa vai parar para manutenção preventiva. O procedimento é feito a cada seis anos.

A rede varejista Coop projeta um crescimento ligeiramente superior ao deste ano. Pelo critério de mesmas lojas (as já abertas em 2000), a expansão em 2001 deverá ser de 1,8%, descontada a inflação. “Estamos crescendo 1,8%, contra um mercado caindo 1%”, disse o presidente, Antonio José Monte. Para o ano que vem a projeção é de 2% de alta.




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