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ABC volta a discutir o problema do esgoto
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
02/09/2003 | 20:25
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As prefeituras do Grande ABC foram mais uma vez alvo de crítica pela falta de tratamento de esgoto, dessa vez numa audiência pública realizada esta terça-feira na Assembléia Legislativa, em São Paulo, para discutir o bombeamento de água do rio Pinheiros tratada por flotação para a represa Billings. A qualidade da água que chegará à represa e a ausência de um estudo de impacto ambiental foram discutidas por especialistas, deputados estaduais e os secretários estaduais de Meio Ambiente, José Goldemberg e de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento, Mauro Arce.

Arce e Goldemberg apontaram a falta de tratamento de esgoto como um dos principais fatores para a formação de espuma em Pirapora do Bom Jesus e para a degradação da própria Billings. Para o prefeito de Pirapora, Raul Bueno, sua cidade “é vítima de uma política que paralisou o bombeamento de água para a Billings e deixou Pirapora recebendo a poluição do rio Tietê”.

“O problema em Pirapora é conseqüência da quantidade de poluentes despejados nos rios Tietê e Pinheiros. É preciso empenho dos prefeitos do Grande ABC e Guarulhos para que tratem de seus esgotos, não adianta nada coletar e jogar in natura nos rios ou na própria Billings. A flotação é uma situação emergencial e o que queremos nesse momento é apenas poder fazer os testes”, disse Goldemberg.

Como o prefeito de Diadema José de Filippi Júnior, convidado para representar a região, não compareceu, o deputado Donisete Braga (PT-Mauá), que presidiu a audiência, defendeu o Grande ABC. “Não adianta empurrar a responsabilidade para as prefeituras, o que deve haver é gestão compartilhada, como na construção do coletor-tronco entre a Solvay, em Santo André e Mauá.

Flotação – Goldemberg afirmou que, se a água tratada não atingir o nível da classe 2 (boa para consumo após tratamento convencional), como exige o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), não será bombeada para a represa. O problema é que a flotação não consegue tornar a água classe 2, como a própria secretaria já admitiu. A correção veio em seguida: Arce afirmou que Goldemberg estava, na verdade, se referindo aos parâmetros estabelecidos pela Secretaria do Meio Ambiente. Em relação à falta de um estudo de impacto ambiental, exigido por ambientalistas, Arce afirmou que, como o processo de flotação não é uma tecnologia nova, as licenças concedidas pela Secretaria de Meio Ambiente já seriam suficientes.

Deputados favoráveis à reversão lembraram que, em época de chuva, o bombeamento de água para a Billings já é feito para evitar enchentes. O deputado Mário Reali (PT), ex-presidente da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), mostrou preocupação com a reversão: “Não podemos jogar esgoto dentro da nossa caixa d’água”.




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