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Mostra lança documentários de jovens diretores
Do Diário do Grande ABC
29/05/2000 | 16:20
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O formato audiovisual, seja ele um videodocumentário, curta-metragem de ficçao ou videoarte, é, ao lado das novas tecnologias digitais, a saída mais criativa para quem se inicia na produçao cinematográfica. Prova disso é a mostra "Emergentes", que começa nesta terça no Itaú Cultural e vai apresentar cinco documentários inéditos, produzidos por novos diretores com o apoio da instituiçao.

No ano passado, o Itaú Cultural, por meio do seu programa "Rumos Cinema e Vídeo", adotou uma política de incentivo à produçao de documentários. O gênero, segundo a instituiçao, integra diferentes pontos de vista dentro de uma perspectiva que reúne pesquisa e investigaçao de linguagens e temas. Essa idéia teve como base o fato de, nos dois últimos anos, ter havido uma produçao de cerca de 200 títulos, dos quais muitos foram premiados dentro e fora do país.

"Emergentes" é o resultado de um concurso, feito em 1999, que exigiu que os filmes fossem produzidos por pessoas com até 25 anos de idade, que ainda mantivessem vínculo universitário. Os vencedores ganharam prêmio de R$ 5.000,00.

Os vídeos serao apresentados desta terça à sexta-feira, na Sala Azul do Itaú Cultural. A mostra será aberta, às 20h30, com "Cemitério de Elefantes", de Rodrigo Lorenzetti. Em seguida será exibido "Tom Zé ou Quem Irá Colocar uma Dinamite na Cabeça do Século?", de Carla Gallo. Quarta-feira é vez de "Filme da Família", de Maya Pinsky, às 19 horas. E, na quinta, serao mostrados os documentários "A Soltura do Louco", de Bernardo de Castro e Cristian Avello Cancino, e "Cinema de Casa", de Marcos Toledo. De quarta a sexta-feira, haverá a reexibiçao de filmes.

Os cinco trabalhos que integram a mostra "Emergentes" têm estilos muito distintos. "Tom Zé", de Carla Gallo, propoe-se a investigar as diversas características da personalidade do músico, seja, como diz a diretora, "intelectual ou gestual", e as que compoem sua poesia. Feito no formato betacam, o filme tem 48 minutos. "Recortar o pensamento de Tom Zé seria descaracterizá-lo", afirma ela. Corretíssima.

Já "Filme da Família", de Maya Pinsky, é ousado em outro aspecto. A diretora estreante partiu da idéia de explorar a capacidade criativa de cada membro que constitui uma família (escolhida aleatoriamente). Assim, cada indivíduo produziu um filme de no máximo 60 segundos, com o auxílio de um co-diretor - também novato. "A minha idéia nao se restringiu a entrar no universo familiar, mas proporcionar um jogo cinematográfico; brincar com as linguagens", explica.

O resultado é um filme de 13 minutos kinescopado para película 16 mm, com "filminhos" de Thiago, Fernanda, Leonora e Sergio Segreto, making off da aventura e entrevistas com os participantes. "A Soltura do Louco" é uma obra que traz uma boa história. O personagem é o Ubirajara Ferreira Braga, o Bira, artista plástico e interno do manicômio Juqueri, em Franco da Rocha. Feito por Bernardo de Castro e Cristian Avello Cancino, o filme tem 32 minutos, no formato mini DV e betacam.

"Cinema de Casa" é o trabalho documental que mais privilegiou a pesquisa. O diretor Marcos Toledo registrou depoimentos sobre o uso doméstico da Super 8, no Recife.




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