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Existe um monstro selvagem dentro de cada um
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
03/01/2010 | 08:28
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Às vezes, a vida real assusta e o mundo parece ficar muito complicado. Afinal, há momentos alegres e outros tristes. E Max sabe bem disso. No entanto, o menino nem imaginava que, depois de um dia muito difícil, faria uma viagem inesquecível. Não para qualquer lugar, mas para 'Onde Vivem os Monstros', animação que chega ao cinema no dia 15.

Max não é santinho. Corre, pula, brinca e faz arte. É ainda bom contador de histórias. Apesar de amar a mãe e a irmã - e de saber que elas também o amam - quer mais atenção. As duas estão ocupadas com outras pessoas: a primeira, com o namorado; a outra, com os amigos.

 

Depois de brigar e morder a mãe, Max foge. Vestindo fantasia de lobo, ele encontra um barquinho na floresta e começar a navegar. Viaja dias e noites, enfrenta sol e tempestade, até que chega a uma ilha onde não precisa se comportar. Lá pode ser selvagem: gritar, bagunçar e destruir coisas sem se preocupar com as broncas.

O menino descobre que o lugar é habitado por gigantescas criaturas. Sem medo, comunica-se com elas, faz amizade com Carol (que é menino, apesar do nome) e vira o rei daqueles seres estranhos.

Mas governar não é tarefa fácil! Os monstros são selvagens e, se quiserem, podem devorá-lo. Só o convívio ensina a Max que, assim como os humanos, Carol, KW, Ira, Judith, Douglas e Alexander têm aparência e personalidade diferentes, qualidades e defeitos. Também descobre que ninguém é bom ou ruim o tempo todo. Todos sentem amor e carinho, mas também raiva e ciúme. A diferença é o que cada um faz com isso.


Filme foi inspirado em livro
'Onde Vivem os Monstros' é a adaptação do livro de mesmo nome escrito e ilustrado pelo norte-americano Maurice Sendak. A obra, lançada no Brasil pela editora Cosac Naify (40 págs., R$ 49), foi traduzida para mais de 20 idiomas e recebeu vários prêmios.

Apesar de ter sido criada em 1963, a aventura parece falar sobre um menino dos dias de hoje. Faz o leitor perceber que, independentemente da época, toda criança tem imaginação suficiente para levá-la a qualquer lugar.

O livro tem pouco texto e muitas ilustrações - os monstros do filme são iguais aos dos desenhos. Mas engana-se quem imagina que seja bobinho ou feito para quem está aprendendo a ler. É a obra infantil preferida do presidente norte-americano Barack Obama.

O escritor Maurice Sendak aprovou o filme. Ele deve gostar mesmo de seres estranhos. É o criador das animações 'Os Sete Monstrinhos' e 'O Pequeno Urso', esta última exibida pela TV Cultura.

Monstros sempre estiveram na imaginação das pessoas
Bicho-papão, cuca, dragão, minotauro, Godzila... Os monstros existem desde que a humanidade começou a criar histórias e lendas para tentar explicar fenômenos que não entendia. Em geral, são sempre os vilões.

Cada povo tem os próprios monstrengos. Os nórdicos (do Norte da Europa) acreditavam no kraken, polvo gigantesco com mais de 100 tentáculos, que atacava embarcações. O bicho, que aparece no filme 'Piratas do Caribe: O Baú da Morte', era usado para tentar explicar por que alguns navios não retornavam das viagens.

Nem todos são maus. No Brasil, dizem que o Curupira - com cabelo vermelho e pés virados para trás - protege a floresta e os animais.

Uma das criaturas mais famosas é o monstro do Lago Ness, que viveria nas águas da Escócia e virou filme. Em 1934, surgiu uma foto dele que, anos depois, descobriu-se que era falsa. Em 2003, o governo daquele país declarou que o monstro não existia, sendo apenas fruto da imaginação das pessoas.


Criaturas fazem a gente se divertir
Quem disse que monstrengos têm de apenas assustar as pessoas? Na animação 'Monstros S. A' (2001), criaturas estranhas usam o grito de crianças humanas como fonte de energia para abastecer a cidade Monstrópolis. Com a ajuda da pequena Boo, o verdinho Mike e o peludo Sulley descobrem que fazê-las rir é muito melhor do que assustá-las.

'A Família Addams' também diverte mais do que aterroriza. Os estranhos personagens foram criados como HQ na década de 1930 pelo cartunista norte-americano Charles Addams. Na década de 1960, a história se transformou em série de TV; nos anos 1970 e 1990, virou animação. Mortícia, Gomez, Wandinha, Feioso, Mãozinha, Tropeço e Tio Chico invadiram a tela do cinema em 1991. O filme teve continuações em 1993 e 1998.

Apesar dos sustos, A Casa Monstro (2006) também arranca gargalhadas. Na trama, o garoto DJ percebe que há algo estranho com a residência do vizinho do outro lado da rua. Com a ajuda de Jenny e Bocão, ele descobre que a casa é um ser terrível que come tudo o que passa perto dela.

 




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