Hoje, muitos artistas contemporâneos se distanciam das tintas. Eles usam softwares e sensores na criação, entre outros instrumentos. A convergência entre arte, ciência e tecnologia está em plena discussão mundo afora. Estados Unidos, Alemanha, Índia, Japão, Brasil e muitos outros países se interessam pelo assunto.
Em São Paulo, o Itaú Cultural, na avenida Paulista, apresenta a mostra Emoção Art.ficial, a primeira reunião no país de medias centers – centros de pesquisas do uso de novas tecnologias na produção artística. São 14 instituições do gênero, de 11 países, como Canadá e Austrália. Na lista também está o Itaulab, do Itaú Cultural, representado pela obra Descendo a Escada, da conceituada artista plástica Regina Silveira.
A mostra é representativa do que acontece hoje no mundo quando o tema é artemídia – toda a arte que utiliza mídias eletrônicas. A seleção de obras ocorreu por meio de uma co-curadoria dos media centers convidados e do Itaú Cultural. Entre os critérios para a seleção figura a interatividade. A proposta é que a ação do usuário seja determinante para que a obra “funcione”.
Como exemplo de interatividade, Spatial Sounds (100dB at 100 km/h), obra das mais comentadas e “queridas” da mostra, uma instalação de áudio criada na holandesa V2_Organisation por Marnix de Nijs e Edwin van der Heide.
A engenhoca, abrigada em uma ampla sala, é acionada por um motor no qual está instalado um comprido braço giratório. Na ponta desse braço, um alto-falante. A máquina mapeia o espaço ao seu redor e detecta a presença dos visitantes. Ao adquirir velocidade, faz com que as pessoas dela se distanciem. O jogo de atração e repulsão entre instalação e observador determina o som e o movimento da máquina.
O objetivo do Itaú Cultural é promover a cada dois anos uma exposição do gênero. Em 1997, a instituição também fez uma mostra com o mesmo enfoque (Arte@Tecnologia).
Artemídia, música eletrônica e outras manifestações que utilizam novas tecnologias para a criação artística estão enquadradas na chamada cultura digital.
Quem não quiser ficar de fora da onda deve desde já se acostumar aos novos rumos da arte. E também às novas palavras. Com o decorrer do tempo, termos como microchips e displays, aplicados à arte, devem se tornar cada vez mais comuns.
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