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Pedreiro é dado como morto por engano em Mauá
Maria Teresa Orlandi
Do Diário OnLine
09/10/2002 | 15:14
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A família do pedreiro Francisco Estevão dos Santos, 68 anos, viveu momentos de terror entre segunda e terça-feira, depois que Santos foi internado no Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá, com suspeita de infarto. O pedreiro foi hospitalizado no domingo pela manhã e, no dia seguinte, um funcionário do hospital entrou em contato com a família por telefone e comunicou a morte. Com o serviço funerário já providenciado, os familiares tiveram uma surpresa no velório: o corpo não era de Santos. A família ainda foi comunicada que o corpo estaria em outro velório, antes de descobrir que, na verdade, o pedreiro está vivo.

Segundo Marisete Silva Santos, filha do pedreiro, ele foi levado para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Rio Grande da Serra depois de se sentir mal, na manhã de domingo. Com suspeita de infarto, ele foi transferido para o Hospital Nardini. “Não nos deixaram mais ver meu pai no Nardini. Às 18h de segunda, ligaram comunicando que ele havia falecido. Meu irmão (Helion Estevão dos Santos) foi para lá, mas o médico não deixou ele ver o corpo”, conta.

No atestado de óbito, porém, constava que as causas da morte eram acidente vascular cerebral, edema agudo pulmonar e broncopneumonia. “Mas meu pai não tinha nenhum desses problemas. O que nos informaram era que ele teve um princípio de enfarto. Além disso, o nome do meu pai estava certo, mas a data de nascimento não”, afirma Marisete.

A família, então, providenciou o funeral e gastou um total de R$ 700 com caixão, flores e transporte. “Estranhamos o fato de não termos acompanhado o corpo na funerária, mas nos disseram que não tinha necessidade. Entregamos a roupa e nos informaram que eles vestiriam o corpo.” O corpo enviado, por volta de 1h de terça, ao cemitério do bairro Santa Tereza, em Rio Grande da Serra, onde ocorreria o velório, porém, era de outra pessoa, mas vestia as roupas de Santos. Segundo Marisete, sua família é negra e o cadáver era branco.

A funerária informou que teria havido um engano e que o corpo estaria em outro velório na mesma cidade. Enquanto os familiares seguiam para o local, por volta de 3h40, uma funcionária da funerária telefonou dizendo que o pedreiro havia sido encontrado vivo na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital. “Ficamos arrasados com a notícia da morte do meu pai e quando soubemos que ele estava vivo, ficamos muito felizes, mas ao mesmo tempo revoltados com tudo o que aconteceu”, afirma Marisete.

A direção do Hospital Nardini divulgou comunicado dizendo que considera o caso “sério e grave” e que abrirá uma sindicância para apurar os fatos e identificar os funcionários envolvidos no caso. Também afirma que vai ressarcir a família de todos os gastos com o serviço funerário.

O estado de saúde de Santos é estável e, até a tarde desta quarta, ele permanecia na UTI. A família registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial de Mauá.




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