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Homem acima de 50 deve ir ao urologista
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
23/06/2001 | 17:45
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A alta incidência de casos de câncer e de doenças da próstata em homens com mais de 50 anos é motivo mais do que suficiente para agendar uma consulta com o urologista. Os exames que detectam o tumor precisam ser feitos anualmente a partir dessa idade para que a doença, caso exista, seja diagnosticada precocemente. Entre a população masculina do país, o câncer de próstata só perde para o de pulmão.

Para pessoas com histórico familiar positivo para a doença, os testes que detectam o crescimento da próstata precisam ser feitos anualmente a partir dos 40 anos. Antes dessa idade, é raro o desenvolvimento da glândula. De acordo com o urologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Cristiano Mendes Gomes, a prevenção é ainda a melhor forma de combater o problema, já que os sintomas da doença só aparecem depois de seu desenvolvimento.

O ideal é que a pessoa passe por dois testes, ambos indolores. Caso a doença seja diagnosticada no início, as chances de cura variam de 80% a 95%. “As pessoas estão mais conscientes da necessidade de se fazer os testes precocemente. O que existe é preconceito por parte de alguns homens, que se recusam a fazer o exame de toque retal”, disse.

A preocupação dos médicos em relação às doenças da próstata, aí incluído o desenvolvimento de tumores benignos, está no simples fato de acontecer com 80% dos homens. Já a estatística mundial aponta que pelo menos 10% dos homens acima dos 50 anos poderão ter o câncer ao longo da vida. Entre toda a população masculina, 2% certamente desenvolverão a doença. Segundo Gomes, o crescimento da próstata é normal, mas precisa de acompanhamento. “Muitos pacientes resolvem passar por consulta somente quando os sintomas aparecem. Os problemas mais comuns estão ligados à urina. Geralmente, o homem fica com o jato mais fraco, com interrupções, e precisa fazer força para urinar. Em outras situações, tem dificuldade para conter urina e necessidade de ir ao banheiro várias vezes ao dia e à noite”, disse.

Não existe nada cientificamente comprovado, porém os tomates possuem a substância leucopenos que, aparentemente, têm efeito protetor ao desenvolvimento do câncer de próstata. “Não custa nada comer um pouco de tomate nas refeições. Uma dieta saudável, sem gordura, também é indicada e pode ajudar”, afirmou.

Movido pelo preconceito de passar pelo exame de toque retal, o aposentado Santo Gandolfo, 65 anos, morador de São Caetano, quase chegou a desenvolver o câncer de próstata. “A vergonha foi um dos motivos que fez eu deixar o exame de lado, mas acabei sendo surpreendido com os sintomas da doença durante uma viagem de fim de semana. Senti que a urina estava estranha, até que começou a sangrar e fiquei apavorado. Não imaginava que o problema tinha a ver com a próstata. A glândula estava grande e tive de operar”, disse.

Casos como esse fazem parte da rotina de atendimento do urologista Roberto Vaz Juliano, de Santo André. Segundo ele, os homens estão mudando de comportamento em relação ao problema. “O número de pacientes que fazem o exame aumentou nos últimos anos. O que mais assusta é o medo. Pode ser desconfortável, mas é rápido e bastante eficiente”, explicou.

Para o urologista Cristiano Mendes Gomes, existe uma postura defensiva em relação ao exame, mas nada que impeça a análise da próstata. “Existem casos em que os homens decidem adiar a consulta, mas em uma conversa com o médico mudam de idéia”, afirmou.




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