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Intervençao no Atlético de Madrid causa comoçao na Espanha
Do Diário do Grande ABC
23/12/1999 | 16:58
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O presidente do Atlético de Madrid, Jesús Gil, declarou-se nesta quinta-feira inocente das acusaçoes de corrupçao que motivaram uma intervençao da justiça no clube, num caso que escandalizou toda a Espanha.

A intervençao no Atlético, um dos maiores clubes do país, ocupou a primeira página de todos os jornais e recebeu inclusive mais destaque do que a descoberta de outra tentativa de atentado dos bascos do grupo ETA.

Os promotores dizem que Gil, que foi deposto da presidência do Atlético, levou o equivalente a US$ 54 milhoes graças a manobras na contabilidade do clube e práticas duvidosas desde que passou a ser o acionista majoritário do clube em 1992.

Entre as fraudes de que é acusado consta precisamente a operaçao na qual Gil e alguns sócios obtiveram 95% das açoes. O juiz Manuel García Castellón diz que Gil e o vice-presidente do clube, Enrique Cerezo, fizeram acertos nos livros de contabilidade para adquirir açoes no valor de US$ 12 milhoes sem pagar um centavo.

Em outra transaçao insólita de que é acusado, Gil teria saldado uma dívida de US$ 16 milhoes do clube negociando quatro jogadores de futebol inexistentes. Apenas um deles era realmente jogador, mesmo assim um ilustre desconhecido. Um dos supostos jogadores era um trabalhador braçal angolano que vive em um refúgio para pessoas que pedem asilo político e o outro um senegalês desocupado.

Gil se apresentou nesta quinta diante do juiz para uma audiência formal, declarou-se inocente e, à saída, da Audiência Nacional, declarou que seus detratores o acertaram "diretamente no centro do coraçao. porque para mim o Atlético é meu símbolo, minha vida e nao é um negócio".

Gil, que é prefeito de Marbella e líder de um partido político direitista que leva seu nome, está sendo investigado também por administraçao fraudulenta na prefeitura e em sua empresa de construçao. O dirigente assegurou que todas estas investigaçoes têm fundo político e sao promovidas por seus detratores.

Seu advogado, Horácio Oliva, declarou que vai impugnar o processo porque ele foi aberto com base em um ``decreto dos tempos de Franco", que data de 1969 e foi pensado tendo em conta as circunstâncias do país nesse momento.

Acrescentou que o país tem outro ordenamento jurídico atualmente e que essa lei é "de duvidosa aplicaçao".




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