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Idosos e crianças ganham festa de Natal
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
10/12/2010 | 07:25
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Orlando Filho/DGABC


Sorrisos e olhos iluminados. Foi assim que os 104 idosos do asilo Nosso Lar receberam a visita das 72 crianças da creche Lar Benvindo, ambos de Santo André. As duas gerações se encontraram na festa de Natal promovida pelo Núcleo de Mulheres da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). Com direito à pipoca, cachorro-quente, refrigerante e visita do Papai-Noel, o grupo se divertiu durante toda a tarde de ontem.

Logo que as crianças entraram na sala de convivência do asilo, Rosemeire Zanon, 71 anos, chamou-as para um beijo. Com as pernas esticadas sobre uma almofada e a bengala apoiada ao seu lado, fez questão de depositar o carinho na bochecha de cada aluno como se fosse um de seus seis bisnetos. "Criança é sempre sincera. Elas alegram o nosso dia", disse a idosa.

João Benedito dos Santos, 78 anos, cantarolava a música enquanto observava os pequenos e devorava um cachorro-quente. "Será que tem criança corintiana aí?", questionou o fanático, vestindo a camisa do Timão.

A coordenadora do núcleo, Renata Reno, explicou que a festa só foi possível graças a doações. "Também fizemos campanha para arrecadar fraldas geriátricas e outras demandas do asilo", destacou.

BENEFÍCIOS
Para a presidente do Nosso Lar, Glória de Siqueira Fabri, a interação é benéfica. "É importante que a criança aprenda a respeitar o idoso. E para a terceira idade, a convivência é essencial, pois muitos são abandonados pelas famílias e sentem falta desse contato", afirmou.

A pequena Camile Valadares, 5, era só alegria quando recebeu balas do Papai-Noel. "Achei os velhinhos meio doentinhos, mas gostei de visitar eles", disse a menina.

Peças de artesanato mantém ex-feirante em atividade

De boina na cabeça e camisa vermelha, Mário Manuel, 77 anos, acompanhava num canto a festança da criançada que visitou ontem o asilo Nosso Lar, em Santo André, onde ele vive há três anos. "Lembro quando tinha essa idade e era coroinha da Igreja Santa Rita de Cássia, no bairro do Pari,em São Paulo", contou.

Ao longo de toda a vida seu Mário trabalhou como feirante, vendendo frutas e verduras. "Minha banca era a mais colorida e nunca levava produto de volta para casa. Tinha meus meios de conquistar a freguesia", revelou.

O acúmulo dos anos não tirou o aposentado da ativa: hoje ele é responsável por manter organizado o bazar do asilo e, nas horas vagas, faz artesanato com páginas de revistas. Seus dedos magros se movem com destreza na hora de dobrar o papel. "Parado eu não fico. Gosto mesmo é de me sentir útil", garantiu.




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