O setor industrial da região voltou a investir, depois de ter suspendido, em boa parte, decisões de ampliação e modernização das fábricas em 2009.

No País todo, um dos dados que atestam o retorno dos investimentos das fabricantes são os financiamentos recordes do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

No primeiro quadrimestre, os créditos liberados pelo banco para aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos) por meio da linha Finame cresceram 133% frente a igual período do ano passado, totalizando R$ 15,6 bilhões.

No Grande ABC, diversas companhias do segmento que é o motor do desenvolvimento regional - a área automotiva - têm anunciado aportes expressivos neste ano.

Para representantes das prefeituras da região, as perspectivas de retomada de ampliações e modernizações de fábricas expressam o cenário atual da economia. "Existe uma demanda reprimida e até é uma necessidade que haja esses investimentos. O mercado é favorável", afirma o secretário de Desenvolvimento de São Caetano, Celso Amâncio, que cita a decisão da General Motors de reforçar investimentos e fazer aportes em tecnologia na região.

A GM, que já havia divulgado em março a decisão de investir R$ 1,35 bilhão na fábrica de São Caetano, comunicou no fim de maio que a unidade fabril receberá mais R$ 700 milhões para ajustes destinados à produção de um novo veículo, que sairá da linha de montagem em 2012. Além disso, destina mais R$ 600 milhões no desenvolvimento de nova família de veículos no Centro Tecnológico de São Caetano e no Centro de Provas de Indaiatuba (SP).

Para o secretário de Desenvolvimento de São Bernardo, Jeferson da Conceição, independentemente da grandeza dos números (já que a base de comparação, o início de 2009, é fraca), a região observa crescimento da atividade econômica.

"Percebemos esse movimento pelo diálogo que temos com as empresas. O prefeito Luiz Marinho anunciou a pretensão da Volkswagen (de aportar R$ 4,2 bilhões até 2014 em São Bernardo) e há diversas empresas buscando áreas para se instalar", afirma. Ele cita, sem revelar nomes, que uma companhia de instrumentos musicais e outra de telecomunicações planejam migrar para o município.

Em Diadema, a Prefeitura informa que também se percebe aumento da demanda por terrenos para ampliação ou instalação. "As perspectivas são otimistas, os investimentos feitos até agora deverão ter impacto mais significativo ao longo dos próximos 12 a 18 meses", prevê o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Luís Paulo Bresciani.