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Vila dos Motoristas luta por regularização

Acordo entre Sto.André e S.Bernardo traz
avanços e esperança às 150 famílias do local

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
11/03/2017 | 07:00
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Claudinei Plaza


 Após impasse a partir da retificação do Córrego dos Meninos e a execução da Avenida Lauro Gomes na divisa entre as cidades de Santo André e São Bernardo, as administrações assinaram nesta semana documento de doação do terreno da Vila dos Motoristas, que passa oficialmente a ficar no lado são-bernardense. Agora, as 150 famílias que residem no local ficam na expectativa a respeito da regularização fundiária de suas propriedades.

O loteamento irregular, que existe desde a década de 1960, foi doado pela Prefeitura de São Bernardo aos motoristas que prestavam serviço à administração. À época, o local era tomado por capim e existiam poucas casas no entorno.

A aposentada Dulcineia Pedroso Bento, 62, chegou na Vila dos Motoristas há 29 anos, sendo a moradora mais antiga do local. Ela cita a desconfiança e o medo como pontos difíceis por não ter a escritura. “Ficamos meio com o pé atrás para saber se vão tirar, se não vão. É uma segurança ter a escritura, esperamos por isso faz muitos anos”, afirma.

Diversas reuniões na associação foram realizadas desde então, e o desânimo era constante. Após a medida entre as prefeituras, ela voltou a se animar e a ter esperança. “Depois que tiver a escritura pretendo terminar a casa e pintar. Estou lutando por isso há 13 anos, tempo em que a casa (obras de melhorias) está parada. Será uma vitória (caso se concretize)”, conta.

O aposentado Luiz Antunes, 61, conta que Aron Galante, prefeito à época em que a Associação dos Motoristas foi fundada, cedeu a área para os profissionais, sendo que era terreno de Santo André. “Ninguém tem escritura, estou aqui desde 1988. Essa é uma luta muito legal. Demorou um pouquinho, mas acho que a hora chegou”, diz o e ex-motorista da Prefeitura de São Bernardo.

“Aqui era tudo capim, chegamos como uma das primeiras casas, não tinha muro nem a pista, era um terreno só. Eu era motorista da Prefeitura, ganhei o terreno há uns 30 anos”, conta o aposentado Agenor Lourenço do Nascimento, 65.

A filha de Agenor, Lígia Cristina do Nascimento, 36, afirma que a família precisa de algum documento para dar segurança à família. “Se estamos morando aqui há 26 anos, é durante todo esse tempo que lutamos por isso. Sempre tivemos a esperança que vai sair (a regularização)”, cita, ressaltando problemas com carteiros, já que o local onde a família mora fica à direita da Avenida Lauro Gomes, em logradouro com o mesmo nome. “Com aplicativo (de mapas) o pessoal cai na Lauro Gomes, mas na parte de cima. E nossa casa fica na área de baixo. Às vezes, vamos aos Correios buscar (as correspondências) porque falam que não encontraram o endereço”, completa.

Há mais de 20 anos, a Rua Tamanduateí abriga a residência do aposentado Adão Montaunt Américo, 80, que espera a escritura, independentemente do valor que tiver de ser pago. “A gente queria o documento, se puder acertar um dia, quem não quer?”, indaga.




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