Memória Titulo MEMÓRIA
Tudo passava pelo eixo da Marechal
Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
15/02/2017 | 07:00
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Em estilo recheado de informações claras, precisas, Dr. Nevino Antonio Rocco passeia pela Rua Marechal Deodoro em busca de reminiscências. Oferece histórias curtas, que permitem a busca de múltiplas ilustrações.

Toda a objetividade do jornalista Nevino. Verdadeiros textos-legendas que só um jornalista sabe produzir.

Memória não tem pressa em apresentar todo o material recebido. Queremos saboreá-lo aos poucos, buscando imagens que ilustrem cada episódio. Algo nos diz que iremos com a série até o fim do ano, sem prejuízo ao formato desta página. Um exemplo: amanhã temos que falar do sesquicentenário de inauguração da Estrada de Ferro São Paulo Railway, a Inglesa famosa. Enquanto isso, Dr. Nevino e Versolatto permanecem como pauta permanente, porque têm muito a contar.

Moças nas tecelagens

Texto: Nevino Antonio Rocco

Nos anos 1940 percorria, diariamente, toda a Marechal, seja a metade, na ida para a escola, das três pontes, hoje Praça Miguel Etchenique, até o grupo escolar que deu lugar à Praça Lauro Gomes; seja de ponta a ponta quando levava almoço para meu pai e meus irmãos que trabalhavam nas fábricas instaladas ao longo ou nas suas transversais.

Minhas irmãs trabalharam na Tecelagem Vila de São Bernardo, na Rua Italo Setti, nas Tecelagens Aida, de Pery Ronchetti, onde hoje temos a Receita Federal, e de Bruno Ronchetti, mais adiante, como na Santa Filomena, de Osvaldo Pelosini, no fim da Travessa Marechal Deodoro.


Diário há 30 anos

Domingo, 15 de fevereiro de 1987 – ano 29, edição 6368

Manchete – Governo prepara novo choque econômico. E estuda reaproximação com o FMI. Retomada dos investimentos, controle dos juros e dos gastos públicos

Grande ABC – Municípios confiam nos orçamentos, apesar da inflação.

Carnaval 87 – Escolas de samba se voltam à realidade econômica.

Em 15 de fevereiro de...

1902 – Livro de atas da Câmara Municipal de São Bernardo registra uma greve dos trabalhadores da fábrica de tecidos Silva Seabra e Cia., do bairro Ipiranguinha, em Santo André. É o mais antigo registro de uma greve de fábrica na região.

1917 – Chove muito. Estradas do Município de São Bernardo intransitáveis.

A guerra. Do noticiário do Estadão: a campanha submarina. A Alemanha anuncia que os ataques são iniciados sem aviso prévio. A atitude do Brasil. Navios alemães na foz do Amazonas.

1947 – O prefeito Wallace Simonsen, de São Bernardo, assina o decreto-lei número 17, que muda o nome do bairro dos Meninos para Rudge Ramos.

1957 – Assinados contratos para execução dos projetos da casa de bomba para captação de água na represa Billings, em Riacho Grande, São Bernardo.

Rio Grande da Serra

O Grupo Independente de Pesquisadores da Memória excursionava. Buscava intercâmbios. Time do Paschoalino, do Philadelpho, do Duda, do Possidônio, do Petrolli, do Gili, de tantos e tantos. Seguíamos de ônibus – um deles quebrou pelo caminho.

Por isso foi tão gratificante ir de trem a Rio Grande da Serra, há uma semana exata.

Das visitas a Rio Claro e à Unicamp, a veia poética de Dalila Teles Veras produziu peças inesquecíveis. Ônibus da Memória, uma delas.

Na ida a Rio Grande, o desafio:

– Dalila: teremos novo poema?

– Essas coisas encomendadas nem sempre dão certo...

Qual o que. Menos de 24 horas depois já tínhamos novo poema. Nascia o Vagão da Memória. Rio Grande da Serra, a inspiradora Estação Rio Grande.


VAGÃO DA MEMÓRIA

Dalila Teles Veras
no vagão da memória
viajam

entusiasmos juvenis
idades contadas em séculos
nos trilhos
trafegam vontades

que jamais descarrilham
rio grande o destino
e seu entorno
envolto em névoa

desocultar e celebrar
o abecedário do abc
a história resiste

tudo o mais é acessório
o encontro
brado (e ação) de resistência


Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 15 de fevereiro:

No Mato Grosso, Canarana.

Em Minas Gerais, Cássia.

No Paraná, Cornélio Procópio e São João do Triunfo.

No Maranhão, Matinha.

Em Santa Catarina, São Miguel do Oeste. 




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