Memória Titulo
Lembranças de um casarão que foi ao chão
Ademir Medici
06/12/2016 | 07:00
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Lembro-me de que, naquela casa da Rua Santa Filomena, a que Memória se referiu (edição de 23-10-2016) com foto do amigo Alcides Vertematti (ao lado de José Paggi), funcionava a extinta CTB (Cia Telefônica Brasileira) e nunca a CTBC.

Era uma central telefônica de que cheguei a me servir. No balcão pedia-se a ligação e aguardava-se na espera até ser chamado para atender em determinada cabine. A CTBC, Telefônica da Borda do Campo (não confundir com a futura Telefônica do Brasil Central) começou na Avenida Dom Pedro, esquina com a Santa Filomena.

Cf. Nevino Antonio Rocco, de São Bernardo.

Prezado leitor, você se lembra da reportagem que publicamos em outubro sobre a demolição do casarão da Rua Santa Filomena, em São Bernardo? Pois bem, alguns meses antes, o pesquisador Vicente D’Angelo o fotografou, bem como a outros imóveis antigos da cidade. É a foto que publicamos hoje.

Ao tomar conhecimento da demolição, D’Angelo apressou-se em ir ao local e salvar ao menos um dos tijolos, certamente produzido numa das olarias da cidade.

A matéria enviada pelo leitor e amigo José Paggi motivou outras considerações: a declaração acima do advogado Nevino Rocco e o texto apaixonado da Maria Ivete Padovese, cuja primeira parte segue publicada. Paggi, Rocco, Padovese, mais Vertematti, todos são-bernardenses, colaboradores da Memória.

E a ameixeira frutificou

Texto: Ivete Padovese

Escrevo para dizer da minha tristeza e indignação ao me deparar com a imagem daquele casarão da Rua Santa Filomena, números 867 a 873, Centro de São Bernardo, destruído impiedosamente, em nome do poder econômico.

Eu morei ali, do começo de 1982 até o começo de 1984. Residi na parte de cima do casarão quando me casei com José Vergílio da Silveira Malta, que vinha a ser o responsável pelo escritório dos irmãos Fuad Assad e Renato Assad, escritório esse que funcionava na parte de baixo do imóvel.

O escritório cuidava do empreendimento ‘Parque Espacial’, que foi desenvolvido em terreno localizado na Estrada dos Casa, adquirido (se a minha memória não me falha) de Norma Yazbek Sabbagh. Os proprietários, Fuad e Renato, eram gente da alta sociedade paulistana.

Nos fundos do casarão demolido havia um pé de nêspera (ameixa amarela), já com muitos anos e que jamais tinha dado frutos. Um belo dia, um tempo depois de eu me mudar para o casarão, não é que a árvore começou a se encher de flores: deu tantos frutos que a mãe do Flávio Cuzziol – que ali residira – me procurou e indagou o que eu tinha feito para conseguir tal proeza.

Eu a levei até a ameixeira (nespereira) e lhe mostrei o lindo jardim (redondo) que mandei fazer em volta da árvore. A meu pedido, esse jardim era regado diariamente pelo Rubinho, nosso empregado. Ele faleceu após minha mudança. Esse era o segredo: água todos os dias e também o adubo necessário.

No casarão, eu e o Vergílio recebemos muitas pessoas queridas (grandes amigos e parentes). A decoração do casarão era linda, tinha móveis nos quartos estilo bizantino; a sala de jantar era em estilo Tonet; o assoalho de tábuas corridas foi todo restaurado a pedido do Vergílio; os ferrolhos das janelas laterais e frontal foram tratados adequadamente; os cortinados eram de algodão egípcio.

Tapetes em chenille branco, feitos sob encomenda numa fábrica em São Paulo, contrastavam com os estofados em lona preta.

Aquela faixa na fachada em destruição do casarão, cuja foto Memória publicou, onde se lê “Colégio COC”, ela estava colocada num dos dormitórios (eram dois; um eu transformei em sala de TV). No terraço, eu coloquei vasos de plantas em toda sua extensão. Quantas saudades!

AMANHÃ EM MEMÓRIA

Mais três casarões no Centro de São Bernardo: só um sobrevive. Até quando?

Diário há 30 anos

Sábado, 6 de dezembro de 1986 – ano 29, edição 6309

Manchete – País vai reduzir pagamento de juros

Em 6 de dezembro de...

1916 – Aberta, no Grupo Escolar de São Bernardo, hoje sede do Museu Octaviano Gaiarsa, em Santo André, a exposição de trabalhos dos alunos feitos ao longo do ano.

A guerra. Do noticiário do Estadão: a situação na Grécia; traição do rei Constantino; ocupação das alfândegas pelos aliados.

1976 – Ataque cardíaco mata João Goulart, ex-presidente da República que vivia exilado na Argentina.

Dez mil pessoas recepcionam em Congonhas o Corinthians, que retornou do Rio de Janeiro após a vitória, por pênaltis, diante do Fluminense, classificando-se à final do Brasileirão.

Quatro mil carros alegóricos participaram da Procissão dos Carroceiros, em São Bernardo.

Hoje

Dia da Extensão Rural no Brasil.

Santos do Dia

São Nicolau (Ásia Menor, Pátara, ano 275 – Mira, ano 324). Bispo da Diocese de Mira. Padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. Também conhecido como São Nicolau de Bari, na Itália, onde é considerado o patrono das crianças.

Município de São Nicolau, no Rio Grande do Sul, foi o primeiro dos Sete Povos das Missões a ser fundado, em 3 de maio de 1626, pelo padre Roque Gonzales.

Leôncia

Pedro Pascásio (ou Pascoal)

Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 6 de dezembro:

No Maranhão, Buriti.

No Rio Grande do Sul, Itaqui.

No Piauí, Monsenhor Gil.

Na Paraíba, Rio Tinto.




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