Setecidades Titulo Sem solução
Laudo de creche não é
conclusivo, diz delegado

Instituto de Criminalística entrega documento sobre acidente
que matou criança de um ano em creche de São Bernardo

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
14/03/2012 | 07:00
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Após três meses, o IC (Instituto de Criminalística) de São Bernardo concluiu o laudo pericial do acidente que matou Reynan de Moraes Nascimento Cruz, 1 ano e 2 meses, na creche municipal do Parque Esmeralda. O documento de 13 páginas, a que o Diário teve acesso com exclusividade ontem, não precisou a causa que provocou a queda de pedaço de revestimento sobre a cabeça da criança.

No laudo, o perito criminal e engenheiro Carlos Alberto Ribeiro da Fonseca apontou apenas, em um dos cinco quesitos, que a causa ficou "prejudicada". No item três, informou que, não sendo possível precisar o motivo, o desprendimento do revestimento teria se dado por "deficiência ou deterioração de sua ancoragem, em ponto isolado e determinado".

A falta de elementos técnicos fará com que o inquérito policial continue aberto para novas investigações. "O laudo não é conclusivo", afirmou o delegado titular do 8º Distrito Policial de São Bernardo, Nelson Jorge Noronha Nassif.

Indagado sobre quais medidas pretende tomar, a partir da juntada do laudo ao inquérito, Nassif preferiu não adiantá-las. "Sou delegado e não engenheiro. Não questiono o que foi feito tecnicamente, mas preciso chegar a uma conclusão, inclusive se houve ou não culpa de alguém nesse caso. Darei continuidade ao inquérito", acrescentou o delegado.

Em 20 de janeiro, o perito criminal solicitou, por meio do delegado, série de documentos à Prefeitura de São Bernardo sobre a construção da escola executada pela H. Guedes Engenharia, desde a planta do edifício e o memorial descritivo da obra até o cronograma diário e físico-financeiro da edificação. No total, foram duas pastas, forradas de documentos fornecidos pela administração em 16 de fevereiro.

O laudo do IC, assinado pelo perito Fonseca no dia 6 e que chegou ontem às mãos do delegado, traz acervo fotográfico do local no dia do acidente - 7 de dezembro. Entre as seis imagens, uma delas exemplifica a espessura do material desprendido do beiral: quatro centímetros, o que teria caído na cabeça do menino e provocado o traumatismo craniado.

O incidente ocorreu por volta das 12h, quando a criança já tinha almoçado e brincava com outros três coleguinas no solário externo do berçário, segundo relatos.

Empresa faz perícia paralela para a Prefeitura 

Paralelamente ao inquérito da Polícia Civil, o governo Luiz Marinho (PT) contratou a Falcão Bauer para fazer perícia e elaboração de laudo na Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Francisco Diassis Gomes Teixeira, no Parque Esmeralda - chamada como creche -, onde uma criança morreu em 7 de dezembro.

O Diário questionou a Prefeitura ontem sobre a conclusão ou não do laudo elaborado pela empresa, inclusive o custo aos cofres públicos, mas a administração não respondeu. A Falcão Bauer não fornece informações de seus clientes, segundo contrato prévio firmado entre as partes.

Dia 26 de fevereiro, a creche fez um ano que foi inaugurada. Construída pela H. Guedes, até hoje, a empresa não se manifestou sobre o acidente - a justificativa sempre foi que se posicionaria após o laudo da polícia.




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