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Novembro Azul abre os olhos dos homens para câncer de próstata
Caroline Garcia
Do Diário OnLine
08/11/2016 | 12:38
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Divulgação


Assim como o outubro “virou” rosa para lembrar as mulheres sobre o câncer de mama, o mês de novembro também ganhou a cor azul para conscientizar – dessa vez os homens – sobre o câncer de próstata. De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), até o fim deste ano deverão ser contabilizados mais de 61 mil casos no País e estima-se que 13 mil homens morrerão devido à doença.

No Grande ABC, segundo informações mais recentes de 2014 do Atlas de Mortalidade por Câncer do Ministério da Saúde, a taxa média bruta de mortes das sete cidades é 16,04 para cada 100.000 homens, sendo que São Caetano possui índice mais alto, de 34,54, e Rio Grande da Serra, o mais baixo, 8,96.

Visando chamar atenção dos homens para sua própria saúde, o Instituto Lado a Lado pela Vida trouxe para o Brasil a campanha Novembro Azul. “A ideia surgiu junto com a história do próprio Instituto, que nasceu em 2008 quando um amigo médico urologista morreu de câncer de próstata após viver oito anos em tratamento contra a doença. Na fase final, ele fez um pedido para que houvesse um projeto sobre a saúde do homem. Tudo o que tinha até então eram ações muito pontuais”, explica Marlene Oliveira, presidente do Instituto.

Após parceria com a Fundação Movember (iniciativa que nasceu em 2003 na Austrália e incentiva homens a deixarem o bigode crescer durante o mês de novembro ao mesmo tempo que arrecada verba para pesquisas contra o câncer), o Instituto trouxe a campanha para o País. “Tentamos seguir essa linha, mas não decolou porque nada faz com que o brasileiro deixe o bigode crescer.”

Foi em 2010 que a campanha começou a ganhar força. “Seguimos o exemplo do outubro rosa. Iluminamos monumentos de azul, envolvemos personalidades e governo e fazemos ações nas ruas e também em lugares que o homem geralmente está, como barbearia, construção civil, empresas e academia.”

Segundo Marlene, o fato de o homem se cuidar menos do que a mulher tem duas explicações. “Uma é cultural, já que ele foi criado para ser o provedor, aquele que não fica doente, a figura forte da família. A segunda ainda é o tabu do exame de toque, que é carregado de preconceito.”

O mote da campanha deste ano é “De Novembro a Novembro Azul”. “A proposta é fazer com que o sininho bata pelo menos uma vez por ano na consciência do homem para que ele faça um check up. Se for no mês de novembro e ele lembrar disso por causa da campanha, melhor ainda”, diz Marlene.

A doença
Apesar de ser considerada uma doença da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos, a recomendação dos médicos é que a visita anual ao urologista aconteça a partir dos 50 anos.

“Já para casos de obesidade, negros e relatos de câncer de próstata na família, a recomendação é que o exame anual se faça após os 45 anos”, analisa João Luiz Amaro, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.

O início da doença não apresenta sintomas. “Em cerca de 90% a 95% das pessoas que começam a sentir os sintomas, o câncer já sofreu metástase e se espalhou para o resto do corpo. Nesse caso, o paciente sentirá dor óssea, sangue no líquido seminal e dor ao urinar.”

Caso seja descoberto na fase inicial, no entanto, os prognósticos são bons, de acordo com o urologista. “O índice de cura é de 90%. Quando é localizado, ou seja, só na próstata, o mais recomendado é a cirurgia radical, que é a retirada da glândula e vesículas seminais. Pode ser feito com um corte abdominal ou por videolaparoscopia. Nos dois casos, a recuperação é muito rápida. Em 48 horas o paciente pode ir para casa. Dai a importância do diagnóstico precoce.”

Mas, para descobrir a doença que inicialmente é assintomática é necessário que se faça dois exames. “O PSA sozinho, que localiza um antígeno específico da próstata, não basta. É necessário fazer o exame de toque retal também, que dura alguns segundos.”

A prevenção é a mesma para quase todos os tipos de doenças: manter hábitos saudáveis. “Alimentação balanceada, cuidado com a obesidade e praticar exercícios físicos regularmente”, recomenda o urologista.




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