A pedagoga Yara Maria Miguel, 41 anos, veio de Itapecerica da Serra para o festival acompanhada de seus filhos, Arthur, 13, e Clarissa, 11. Eles viram a apresentação da Orquestra Filarmônica de São Bernardo, no sábado, no Clube União Lira Serrano. “Vale a pena vir a Paranapiacaba, tanto que já estive na Vila outras vezes para fazer trilhas. Quanto à orquestra, adorei. Os músicos são carismáticos, o repertório atraente e a regência competente”, disse. Os filhos de Yara também aprovaram o programa. Graças ao Festival, pela primeira vez eles acompanharam um espetáculo de música sinfônica. “Gostaria de poder ver outras apresentações como essa”, afirmou Clarissa. “Achei interessante ver tantos músicos tocando ao mesmo tempo, entrosados”, disse Arthur, um típico roqueiro, vestido de preto, com piercing e bandana.
Além de atrair pessoas em um período determinado, o Festival funciona ainda como divulgador dos atrativos do centenário vilarejo, como a natureza remanescente da Mata Atlântica e a arquitetura de moldes britânicos do século XIX, os quais podem ser desfrutados em qualquer época.
A vendedora Luciane Marchezoni, 31, embora moradora de Santo André, não conhecia Paranapiacaba: “O passeio foi além do que eu imaginava: uma agradável novidade. Adorei a rusticidade do local”. Luciane estava acompanhada do namorado, o advogado Marcelo Rioto, 36, também de Santo André. “A Vila eu já conhecia, mas no Festival é a primeira vez que compareço. Acho que o evento é positivo porque incentiva o turismo. Fiquei feliz de estar aqui e ver que o local continua preservado, e está limpo”, afirmou.
O gráfico Cláudio Gomes, 50, morador da Penha, em São Paulo, também conhecia Paranapiacaba, mas não o Festival. “Acho o evento importante pois desperta o interesse dos turistas pela Vila e traz alegria para os moradores locais. Porém, tanto movimento só é bom em período específico. Acho que isso não pode virar rotina, senão fica igual a São Paulo”.
Infra-estrutura – As opiniões foram bastante parecidas quando o assunto era infra-estrutura do evento. Todos concordaram que devem ser oferecidos aos turistas serviços de alimentação e estacionamento, entre outros. No entanto, ressaltaram a importância de a oferta não gerar interferências indesejáveis na Vila.
“Falar de infra-estrutura é delicado. Lógico que quem vem a Paranapiacaba para curtir o Festival deve ter sanitários para usar e locais onde estacionar o carro, por exemplo. Mas acho que o fundamental é preservar a Vila, para que ela não seja descaracterizada. Eu mesmo não sou a favor de construções que visem a atender turistas”, disse o advogado Rioto, que junto a sua namorada utilizava serviços prestados na casa de um morador.
“Paranapiacaba é um museu a céu aberto, então deve ser totalmente preservada. Deve-se pensar muito bem antes de oferecer qualquer tipo de serviço na Vila”, afirmou o gráfico Gomes.
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