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Festival de Paranapiacaba reuniu 35 mil pessoas
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
20/07/2003 | 19:25
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O principal objetivo do Festival de Inverno de Paranapiacaba, o de atrair turistas à Vila Ferroviária de Santo André, ganha fôlego a cada edição. Nesta terceira, iniciada no último dia 12 e encerrada na noite deste domingo, cerca de 35 mil pessoas circularam pelo vilarejo. A estimativa da organização do evento contabiliza somente o número de pessoas que compareceram ao local durante os dois fins de semana, dias em que houve programação cultural especial. Portanto, a expectativa de público de 30 mil visitantes foi superada. Além de moradores das cidades do Grande ABC, não faltaram os que vieram de São Paulo e de outros municípios do Estado.

A pedagoga Yara Maria Miguel, 41 anos, veio de Itapecerica da Serra para o festival acompanhada de seus filhos, Arthur, 13, e Clarissa, 11. Eles viram a apresentação da Orquestra Filarmônica de São Bernardo, no sábado, no Clube União Lira Serrano. “Vale a pena vir a Paranapiacaba, tanto que já estive na Vila outras vezes para fazer trilhas. Quanto à orquestra, adorei. Os músicos são carismáticos, o repertório atraente e a regência competente”, disse. Os filhos de Yara também aprovaram o programa. Graças ao Festival, pela primeira vez eles acompanharam um espetáculo de música sinfônica. “Gostaria de poder ver outras apresentações como essa”, afirmou Clarissa. “Achei interessante ver tantos músicos tocando ao mesmo tempo, entrosados”, disse Arthur, um típico roqueiro, vestido de preto, com piercing e bandana.

Além de atrair pessoas em um período determinado, o Festival funciona ainda como divulgador dos atrativos do centenário vilarejo, como a natureza remanescente da Mata Atlântica e a arquitetura de moldes britânicos do século XIX, os quais podem ser desfrutados em qualquer época.

A vendedora Luciane Marchezoni, 31, embora moradora de Santo André, não conhecia Paranapiacaba: “O passeio foi além do que eu imaginava: uma agradável novidade. Adorei a rusticidade do local”. Luciane estava acompanhada do namorado, o advogado Marcelo Rioto, 36, também de Santo André. “A Vila eu já conhecia, mas no Festival é a primeira vez que compareço. Acho que o evento é positivo porque incentiva o turismo. Fiquei feliz de estar aqui e ver que o local continua preservado, e está limpo”, afirmou.

O gráfico Cláudio Gomes, 50, morador da Penha, em São Paulo, também conhecia Paranapiacaba, mas não o Festival. “Acho o evento importante pois desperta o interesse dos turistas pela Vila e traz alegria para os moradores locais. Porém, tanto movimento só é bom em período específico. Acho que isso não pode virar rotina, senão fica igual a São Paulo”.

Infra-estrutura – As opiniões foram bastante parecidas quando o assunto era infra-estrutura do evento. Todos concordaram que devem ser oferecidos aos turistas serviços de alimentação e estacionamento, entre outros. No entanto, ressaltaram a importância de a oferta não gerar interferências indesejáveis na Vila.

“Falar de infra-estrutura é delicado. Lógico que quem vem a Paranapiacaba para curtir o Festival deve ter sanitários para usar e locais onde estacionar o carro, por exemplo. Mas acho que o fundamental é preservar a Vila, para que ela não seja descaracterizada. Eu mesmo não sou a favor de construções que visem a atender turistas”, disse o advogado Rioto, que junto a sua namorada utilizava serviços prestados na casa de um morador.

“Paranapiacaba é um museu a céu aberto, então deve ser totalmente preservada. Deve-se pensar muito bem antes de oferecer qualquer tipo de serviço na Vila”, afirmou o gráfico Gomes.




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