Desde segunda-feira, comerciantes da Rua Marechal Deodoro, em São Bernardo, estão preocupados com a falta de iluminação na Praça Lauro Gomes. Segundo relatos, a escuridão deixa a região ainda mais insegura do que já era. Diversos assaltos e furtos acontecem no local, bastante movimentado por causa do comércio no entorno da praça.

"A iluminação não é muito boa e nesta semana percebi que está mais escura. Tenho fechado meia hora mais cedo, junto com os comércios vizinhos, para evitar assaltos", relatou o gerente de uma lanchonete em frente à praça, que se identificou apenas como Francisco. Uma das funcionárias do estabelecimento se queixou da quantidade de camelôs na viela ao lado da praça. "Eu faço outro caminho para não ter que ir lá. Quase não dá para passar direito", relatou.

Vendedoras de uma loja de cama, mesa e banho na Rua Tenente Sales, na lateral do equipamento público, também alertaram para os perigos na região. "Têm dias que fica muito escuro, e só saímos em grupo para irmos para casa, depois do expediente. Já presenciei assaltos na rua", relatou uma comerciante que trabalha já 11 anos na loja e preferiu não se identificar.

"Desde quando comecei o negócio, em 1958, a praça existe. Mas naquele tempo a gente ia lá para tomar sorvete, engraxar sapatos e paquerar. Mas a frequência do lugar mudou, e há muito tempo não volto lá", declarou o proprietário da Casa Kioto, Kouzo Miyagushi, 67 anos, conhecido como Silvio. Ele contou que chegou a conhecer o prefeito Lauro Gomes. "O Lauro Gomes vinha aqui só para comer kibes e esfirras feitos pela antiga dona do prédio, que era uma turca", lembrou Silvio.

Outros comerciantes se queixaram da falta de policiamento no local, principalmente aos sábados, quando há maior movimento. A Polícia Militar informou que vai verificar o que está ocorrendo.

Pane afetou iluminação, diz Prefeitura

Uma pane elétrica afetou o funcionamento do chafariz e da iluminação dos banheiros na Praça Lauro Gomes, no Centro de São Bernardo. Segundo a Prefeitura, até segunda-feira o problema estará solucionado.

Já com relação à segurança, o município informou que a Guarda Civil Municipal realiza patrulhamento diário na praça, que deve ser incluída em projeto de revitalização da região central da cidade. Porém, o Diário esteve dois dias no local e não presenciou qualquer policiamento. Pelo contrário.

Em plena luz do dia, acontece uma ‘feira do rolo' irregular. "Há um ano estou desempregado e aqui ganho um trocado, cerca de R$ 30, ao dia", relatou um dos ambulantes que pediu para não ser identificado, que vendia um videogame por R$ 20. "Comprei por R$ 10. Quem der R$ 15, leva!"

Alguns frequentadores reclamam da ocupação dos espaços públicos pelos camelôs que, segundo a Prefeitura, atuam de forma ilegal. "Tem dia que não tem banco para sentar porque eles (camelôs) estão ocupando", contou Manoel Lacerda Neto, 42, que há 15 frequenta a praça. A limpeza do banheiro também foi criticada por diversas pessoas. O cheiro forte de urina, a falta de iluminação e de papel higiênico foram constatados pelo Diário.