Ninguém sabe explicar como começa. Mas depois do primeiro é difícil parar. A paixão por veículos em miniatura, que conquista jovens, crianças e, principalmente, os adultos, reuniu 20 colecionadores do Grande ABC em um encontro aberto ao público no Parque da Criança, em São Bernardo, no fim de semana.
Carros de corrida, antigos, esportivos, não há modelo que escape ao gosto dos colecionadores. "Seja por hobby ou mania, o colecionismo atrai cada vez mais adeptos no Brasil", afirmou Marcelo Leduino Santos, organizador do evento e proprietário de cerca de 4.000 miniaturas. "Depois que você compra o primeiro, não quer mais parar", disse.
Embora existam miniaturas em várias escalas, as que mais empolgam os colecionadores reunidos no Parque da Criança são as de tamanho 1:64, quer dizer, a réplica é 64 vezes menor que o veículo original.
Neste padrão, os que mais se destacam são os Hot Wheels - marca pertencente à empresa norte-americana Mattel. Fabricados em países como a China e a Malásia, essas miniaturas são disputadas em escala global quando têm edições limitadas.
No Brasil, os carrinhos passaram a ser encontrados em supermercados e magazines. Antes, a maioria era importada, mas muitos exemplares ainda vêm de fora.
As versões mais baratas custam em torno de R$ 5. As mais disputadas costumam ultrapassar R$ 100 ou até mais de R$ 1.000, dependendo do grau de dificuldade para serem localizadas.
Só a Mattel lança por ano mais de 500 versões de miniaturas. Por isso, os colecionadores costumam focar em temas para conseguir ter o maior número de exemplares possível. "No meu caso, gosto dos modelos inspirados na Nascar, categoria mais famosa do automobilismo norte-americano", afirmou o fotógrafo André Henriques, dono de uma coleção com mais de 700 carrinhos.
Carrinhos também são transformados por colecionador
Além de comprar miniaturas, há quem desenvolva técnica de customizar esses carrinhos. É o caso do comerciante Nuno Alexandre, que se especializou em dar aspecto envelhecido às réplicas. O resultado impressiona pela riqueza de detalhes.
Ele gastou 40 horas para deixar um Cadillac Eldorado 1959 com características de carro velho. Com tinta, simulou ferrugem na lataria. O motor e assoalho pareciam estar impregnados de poeira.
"Dedico pelo menos uma hora do meu dia para esse trabalho", afirmou Nuno. "É um bom passatempo para aliviar o estresse do dia a dia."
O Brasil já é considerado o segundo maior mercado dos Hot Wheels fora dos Estados Unidos. Tanto que a Mattel, detentora da marca, passou a patrocinar a Stock Car.
Os aficionados costumam frequentar comunidades na internet em busca de informações, comércio e bate-papo. Interessados em conhecer mais sobre esse ambiente podem acessar o site www.mundoemminiatura.com.br
No evento ocorrido ontem, os colecionadores fizeram sorteio e troca de miniaturas entre o público visitante, formado por crianças, adolestecnetes e adultos. Também foi exposto o caminhão Ford bicampeão do Rally dos Sertões - este em tamanho real.
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