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Ônibus param por falta de diesel em R.Pires
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
01/10/2003 | 21:48
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Um descuido da Prefeitura de Ribeirão Pires na renovação de contrato com a Petrobrás para o fornecimento de combustíveis deixou nesta quarta-feira mais de 30 crianças portadoras de deficiências do município sem o serviço de transporte adaptado. Por falta de diesel, os veículos estão impedidos de circular. O problema, que oficialmente começou nesta quarta-feira, deve se repetir nesta quinta-feira, quando também deixam de circular os ônibus de transporte escolar que atendem cerca de 500 estudantes que moram em bairros afastados, como Ouro Fino e Quarta Divisão. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, os serviços serão normalizados na sexta-feira de manhã, quando está prevista a conclusão de um novo contrato com a Petrobrás.

Segundo a assessoria, a Prefeitura mantém com a Petrobrás um contrato de serviço continuado, renovável a cada 60 meses (cinco anos). Seu vencimento, no entanto, expirou no final de agosto último, quando a Prefeitura afirma ter solicitado a renovação junto à Petrobrás.

A estatal, alegou a assessoria, demorou para assinar o novo contrato, obrigando a Prefeitura a racionalizar o combustível no estoque. Por esse motivo, foi priorizada a frota de veículos que realizam serviços emergenciais.

De acordo com a assessoria de imprensa, nesta categoria incluem-se os transportes dos deficientes e dos estudantes que moram afastados – veículos movidos a diesel e que percorrem distâncias maiores, o que propiciou o fim do combustível antes do abastecimento ser normalizado. Já outras frotas de serviços emergenciais, como ambulâncias, carros da Guarda Municipal e do Departamento de Trânsito não foram prejudicados por serem movidos a gasolina, combustível que não chegou à escassez.

Contradição – O vigilante Antônio Batista de Oliveira, 51 anos, cuja filha de 9 anos usa o transporte adaptado para ir à escola, diz que a interrupção no serviço não ocorreu apenas nesta quarta-feira. Segundo ele, não há transporte há 15 dias. “Uma hora falam que é o câmbio que quebrou, depois uma mola que está faltando; só sei que era um jogo de empurra e só agora eles dizem que é porque não tem combustível.”

Morador do Jardim Petrópolis, Oliveira conta que desde a interrupção do ônibus sua filha é transportada com a cadeira de rodas. “Demora uns dez minutos, mas o ruim é para voltar porque minha casa fica num morro”, afirmou. “De que adiantou tanta propaganda quando Ribeirão foi a primeira cidade da região a ter transporte adaptado (serviço inaugurado em 2001) para deficientes, e agora eles fazem isso?”, disse Oliveira.




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