Um vendedor ambulante foi baleado na perna por um agente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) enquanto vendia bilhetes de forma ilegal em frente à Estação de Mauá, no Centro, por volta das 23h do sábado. Wilson Félix Barbosa, 39 anos, está internado no Hospital Nardini, onde passou por cirurgia e segue estável.

Conforme o boletim de ocorrência registrado pela CPTM, a confusão se deu a partir da abordagem do funcionário da companhia, que não teve a identidade revelada, junto ao grupo de ambulantes, que comercializa o bilhete a R$ 3. Os vendedores teriam tentado agredir o agente, que disparou como forma de “assustar e dispersar a ação”. Durante a ocorrência, Barbosa teria ameaçado o trabalhador da CPTM sob alegação de que estaria armado.

Já a versão do ambulante é a de que ele teria sido agredido pelo agente da companhia fora das dependências da estação. “Ele (funcionário) veio agredir meu marido, que naturalmente foi se defender. Quando o tumulto começou, ele simplesmente atirou”, comenta a dona de casa Regina Lima Barbosa, 40, mulher de Barbosa. Ainda segundo ela, o filho, Felipe Lima Barbosa, 14, que acompanhava o pai, também teria sido agredido.

Wilson conseguiu ligar para a mulher para avisar sobre o ocorrido. “Enquanto ele falava comigo, ouvia pessoas gritando com o agente. Diziam que meu marido estava fora da estação, e não podia ter sido agredido”, salienta. “É minha família. Estou preocupada com meu marido e com o sustendo do meu filho.”

Por meio de nota, a CPTM informou que, “após funcionários intervirem no comércio ilegal, os ambulantes começaram uma discussão e agrediram o agente, que deu um disparo em legítima defesa”. A companhia também afirmou que “um menor começou a agredir a agente de segurança e teve que ser imobilizado e algemado”.

A CPTM disse ter prestado socorro ao baleado, o conduzindo a um hospital. O agente de segurança, autor do disparo, também foi encaminhado ao centro de Saúde, já que apresentava lesões no olho e em toda a face.

O segurança envolvido ficará afastado para realização das apurações internas da CPTM, que também irá colaborar com a autoridade policial responsável pelas investigações.

A companhia destacou que os agentes de segurança fiscalizam o comércio irregular de bilhetes no limite de suas dependências, como foi o caso de sábado.