1 – Quais são as principais conclusões do ‘Guia Salarial 2017’?

Apesar do cenário desafiador, o primeiro ponto importante do Guia Salarial 2017 é que mais de 80% dos diretores de recursos humanos afirmaram que manterão as contratações pelos próximos 12 meses, tanto para repor posições disponíveis quanto para preenchimento de novas vagas. Alguns setores da economia seguem com volume maior de demanda, como agronegócio, farmacêutico, tecnologia e alimentos.

2 – Como as empresas devem se comportar com base nas informações do ‘Guia’?

O momento é ideal para as empresas avaliarem a consistência de seus quadros e promoverem as substituições adequadas, já que é possível encontrar profissionais qualificados com salários razoáveis. É a oportunidade de garantir a competitividade no instante em que o cenário estiver mais positivo. Por outro lado, temos a convicção de que a tarefa de recrutar não será mais fácil por conta do ambiente econômico, pois os bons candidatos seguem disputados e, os que estão empregados, se mostram mais criteriosos para movimentações na carreira. Os processos de recrutamento estão mais longos pela dificuldade de encontrar os profissionais adequados e pelo maior número de currículos por vaga.


3 – Quais as habilidades em alta mais comuns nas diferentes carreiras?

As qualificações técnicas são sempre bem-vindas, mas os gestores estão de olho nos profissionais que sabem trabalhar em grupo e são comunicativos e flexíveis, além de comprometidos com a empresa. Especialmente em cenários mais turbulentos, as habilidades comportamentais se tornam fundamentais para garantir a produtividade necessária e, ao mesmo tempo, manter um ambiente positivo dentro da companhia.

4 – Quais as áreas de destaque do ‘Guia Salarial’?

É possível destacar a área de tecnologia, que deixa de ser vista somente como suporte, para ser projetada à posição estratégica e abrir espaços para profissionais qualificados. Há oportunidades em segmentos mobile e web, startups em geral, fintechs (empresas que unem tecnologia e serviços financeiros) e varejo, principalmente para posições como gerente de projetos, gerente de tecnologia voltado à inovação, além de profissionais de desenvolvimento e operações, conhecidos como devops, que combinem linguagem de programação com visão de negócio. Outra área em alta é de engenharia com oportunidades em toda a cadeia de suprimentos (supply chain), por exemplo. A valorização é por profissionais com capacidade de adaptação às mudanças e focados na otimização de processos e integração com o negócio.

5 – Neste momento econômico, qual o perfil do vendedor valorizado para gerar resultados?

O vendedor precisará ter perfil agressivo para desbravar novos mercados e negócios, mas com o desafio de manter as margens. Por essa razão, este profissional deverá ter capacidade analítica para identificar os caminhos que rendem melhores resultados aumentando a eficiência. Em vendas mais técnicas, o profissional deve ter perfil consultivo e excelente comunicação. Já em serviços, a demanda é por sofisticação no discurso de venda e capacidade de identificar as necessidades do cliente, criando empatia e maior chance de retorno.

6 – Qual a orientação para os profissionais ao avaliar uma oportunidade diante deste cenário de incertezas?

A recomendação é de que em momentos de recolocação mais desafiadora é preciso que o candidato analise pontos que vão além da remuneração, como a compatibilidade entre a oportunidade e os projetos profissionais; perspectivas de carreira dentro da companhia em um período entre seis meses e um ano; e as oportunidades de recuperar o ganho em longo prazo.