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Prefeitura de Mauá manda banca se mudar e jornaleiro vê perseguição
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
17/02/2005 | 14:45
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O imbróglio político que se instalou em Mauá com a cassação da candidatura do prefeito eleito Márcio Chaves (PT) e a conseqüente nomeação do interino Diniz Lopes (PL) para o cargo faz com que o comerciante Marinaldo Cândido de Barros, 42 anos, desconfie de determinação da atual administração. Dono de uma banca de jornal na avenida Dom José Gaspar, no Jardim Pilar, há dez dias ele recebeu ordem para remover o estabelecimento para outro local. Como não concorda com o motivo apresentado pela Prefeitura, Barros crê na hipótese de “perseguição política” por ser militante do PT.

A informação do fiscal da Secretaria de Serviços Urbanos para a notificação é de que a banca dificulta a passagem de alunos da Escola Municipal José Tomás Neto. Mas segundo o comerciante, funcionários da Prefeitura confirmam que o motivo da remoção tem, de fato, conotação política.

“A alegação da Prefeitura é absurda. Há espaço suficiente na calçada para a passagem das crianças”, diz Barros, que há três anos mantém a banca no mesmo local. O alvará de funcionamento do comércio, expedido em 2002, indica que a banca deveria estar no outro lado da avenida, mais uma irregularidade apontada pela fiscalização.

A reportagem conversou com três funcionários da escola, mas todos disseram desconhecer a reclamação sobre a banca. Quatro mães que levavam os filhos à escola quarta-feira, por volta de 13h, também não se queixaram do comércio de Barros. “Na época, a Prefeitura pediu para eu trocar a banca de lugar porque na outra calçada havia uma tampa da Telefônica. Só que o fiscal falou que não havia necessidade de fazer outro alvará”, alegao dono da banca.

Em nota oficial enviada pela Coordenadoria de Comunicação de Mauá ao Diário, a Prefeitura desmente a versão apontada por Marinaldo de Barros. O documento informa que a reclamação dos pais de alunos e pedestres foi feita diretamente na Secretaria. A nota diz também que na banca “há exposição de revistas/publicações” eróticas.

O prazo dado ao comerciante para apresentação de um croqui com a nova localização expira nesta quinta-feira. A Prefeitura avisou Barros que, se resistir à determinação, poderá guinchar a banca.



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