Moradores do Jd.Silvina Audi foram removidos em 2009 de suas casas; urbanização do bairro só será concluída em 2017
Cerca de 47 famílias do Jardim Silvina Audi, em São Bernardo, viram o sonho da casa própria se transformar em pesadelo. Eles foram removidos de suas moradias em 2009, data em que teve início o processo de urbanização do bairro, orçado em R$ 111,7 milhões, e até agora aguardam, em auxílio-aluguel, ser contemplados em programas habitacionais do município em parceria com os governos federal e estadual.
Humilhação, tristeza e a sensação de que jamais conseguirão estar em algum lugar que possam chamar de lar. Estes são os sentimentos das pessoas que deixaram seus imóveis há sete anos e precisam complementar o valor do auxílio-aluguel de R$ 315 pago pela administração.
O carpinteiro Adriano Silva de Oliveira, 60 anos, relata as dificuldades encontradas para manter seu lar. Desempregado há um ano, ele depende de bicos para arcar com aluguel mensal de R$ 700, além dos custos com remédios respiratórios para a filha de apenas 1 ano. “O auxílio da Prefeitura da não cobre a locação. Minha filha tem bronquite e os remédios estão muito caros.”
Para a camareira Maria Lucia Cajueiro Silva, 55, a palavra que resume a situação das famílias é “humilhação”. “Não é porque somos pobres que temos de passar por isso. A renda de todos aqui é baixa e a Prefeitura não pode nos deixar de lado na distribuição dos apartamentos.”
As famílias também reclamam da dificuldade para obterem informações junto aos órgãos públicos. O montador Nilson Ferreira dos Santos, 39, lamenta a demora para realizar seu sonho. “Somos jogados de um departamento para o outro. Temos até um grupo de moradores e já tentamos diversas vezes buscar auxílio, mas sempre sem sucesso. Só no ano passado nos cadastraram no Minha Casa, Minha Vida.”
OBRAS
Conforme a Prefeitura, a obra de urbanização integrada do Jardim Silvina Audi abrange solução habitacional para 2.814 famílias da área e tem previsão de conclusão para outubro de 2017.
Ainda segundo a administração, do total de 222 novas unidades habitacionais do contrato do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), já foram entregues 66 unidades, sendo 59 do Conjunto Duarte Murtinho e sete isoladas. As demais serão entregues de dezembro de 2016 a setembro de 2017.
A Prefeitura garante que todas as famílias removidas terão atendimento habitacional, seja pelo programa Minha Casa, Minha Vida, seja pelo PAC, “conforme já foi apresentado às famílias.”
Por meio de nota, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado) informou ter repassado 95% dos R$ 5,3 milhões do convênio firmado com a Prefeitura para a construção de 560 unidades habitacionais para atender moradores do assentamento Jardim Silvina. Os 5% restantes já estão garantidos e serão repassados ao término do convênio, que depende da prestação de contas da Prefeitura com o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e com a CDHU.
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