Setecidades Titulo
Favela Sacadura Cabral ganha 'vida nova'
Márcia Pinna Raspanti
Da Redaçao
03/11/2000 | 20:43
Compartilhar notícia


  A Prefeitura de Santo André se prepara para iniciar a terceira etapa do projeto de reurbanizaçao da favela Sacadura Cabral, que até o fim de 2001 deve ser transformada em um bairro arborizado e com toda infra-estrutura necessária. Cerca de 120 famílias serao removidas dos barracos onde moram e levadas para abrigos provisórios, enquanto as obras de terraplanagem, drenagem, água e esgoto sao efetuadas.

A remoçao acontecerá nas próximas semanas, e as obras devem durar três ou quatro meses. Com a infra-estrutura terminada, o espaço será dividido em lotes e as famílias poderao iniciar a construçao de suas casas - como ocorreu na etapa anterior do projeto.

O material e a mao-de-obra para as casas sao de responsabilidade dos moradores. "Quem nao tem condiçoes para arcar com todas as despesas recebe um kit com material de construçao para iniciar a moradia", disse Walkiria Góes, arquiteta do Departamento de Habitaçao da Prefeitura de Santo André. A Prefeitura irá monitorar a construçao das casas, para que elas estejam de acordo com as normas técnicas do município.

Na fases anteriores, 200 famílias se mudaram para os apartamentos do núcleo habitacional Prestes Maia e 181 receberam os lotes para a construçao de moradias de alvenaria. "Na primeira fase, retiramos o pessoal do trecho que margeia a avenida Prestes Maia, criando uma faixa de desaceleraçao para os veículos que circulam pelo bairro. A ocupaçao desta área representava grande risco para as pessoas que habitavam o local, por causa da proximidade com a avenida", informou Walkiria.

Atualmente, existem 548 famílias morando na Sacadura Cabral. Segundo Walkiria, um dos grandes problemas enfrentados pelos moradores sao as enchentes. "É preciso fazer a terraplanagem e a drenagem antes da construçao das redes de água e esgoto, para evitar as inundaçoes", explicou.

O projeto de reurbanizaçao prevê ainda a construçao de uma praça, um centro comunitário, um conjunto habitacional e os prédios de negócios, que serao usados para comercializaçao de produtos fabricados pelos moradores. Os custos das obras de infra-estrutura, cerca de R$ 3,5 milhoes, serao fornecidos pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

Moradores - A mudança dos barracos para as casas de alvenaria é encarada com desconfiança por alguns moradores, principalmente porque eles têm de passar um período em abrigos provisórios, localizados perto da favela. "Nao vou para lá. No meu barraco moram dez pessoas e querem colocar todo mundo em um só cômodo", reclamou a aposentada Cícera Maria da Conceiçao de Oliveira, 46 anos.

Porém, quem já está terminando a construçao da casa nos lotes distribuídos na fase anterior, nao esconde a satisfaçao com a nova moradia. "Adoro esta casa e nunca mais tive problemas com enchentes", disse a dona de casa Merisnalva Alves de Carvalho, 32 anos, que passou cinco meses no abrigo provisório, enquanto aguardava a liberaçao do lote.

A reurbanizaçao e o novo projeto paisagístico a ser implementado no local animam os moradores. O operário Luciano Felipe da Silva, 38 anos, aprova as mudanças que estao ocorrendo no local. "A casa é muito melhor do que o barraco que eu morava antes. Também vao fazer um lugar para lazer e uma praça. Aí, sim, isso aqui vai virar um bairro de verdade", disse Luciano, que começou o serviço de acabamento da sua casa na semana passada.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;