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Ecovias descarta comboio na subida
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
28/09/2011 | 07:30
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O diretor superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, declarou ontem que é impossível realizar Operação Comboio na subida da serra no Sistema Anchieta-Imigrantes. O representante da concessionária esteve na Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos à Comissão de Transportes e Comunicação sobre o mega-acidente ocorrido no Km 41 da Imigrantes, no dia 15.

O engavetamento atingiu 103 veículos e deixou 52 feridos. Inicialmente, a previsão da Polícia Rodoviária era de que 270 veículos tivessem se envolvido, deixando 29 feridos. Uma pessoa morreu e outra permanece internada.

Cassaniga explicou que o comboio na subida não é possível pela falta de pontos de bloqueio - na descida, a interrupção no fluxo é feita nas praças de pedágio. Outro problema é que, na Baixada Santista, o sistema tem mais acessos do que no trecho de planalto, já que as rodovias fazem ligação com cinco municípios do Litoral.

Além disso, o diretor explicou que a operação traria riscos aos motoristas por conta da grande extensão dos túneis da pista Norte, que chegam a ter mais de 1.000 metros. "Não é recomendável fazer retenção de veículos dentro de túneis longos exatamente por causa do perigo causado pelo excesso de gás carbônico, superaquecimento e eventual choque com explosão."

Uma das opções encontradas - e que pode ser mantida caso a Polícia Rodoviária julgue necessária - é o chamado falso comboio, que consiste em colocar viaturas para controlar a velocidade dos veículos no decorrer do trajeto. Para essa operação, não é necessário reter os motoristas em determinado ponto. Cassaniga também descartou a hipótese de interditar a Imigrantes em casos de baixa visibilidade, pois esta decisão, além de não caber à concessionária, traria consequências negativas à Baixada Santista.

Para evitar novas tragédias, a Ecovias irá enviar à Artesp e à Polícia Rodoviária propostas para modificar o tráfego na via em dias de neblina, quando a visibilidade for inferior a 100 metros. Entre as sugestões estão a redução da velocidade máxima para 40 km/h, a proibição da ultrapassagem de caminhões e a restrição ao acesso de veículos com carga perigosa. Ainda não há data para implementação das medidas.

Para o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), autor do requerimento que convocou a Ecovias a prestar esclarecimentos, os motoristas que utilizam a rodovia correm risco de presenciar novos acidentes. "A mim preocupou saber que ninguém tem autoridade para interditar a via em caso de fator climático atípico. Tem que ter alguém para fazer isso, senão vamos ter que esperar o próximo acidente", criticou. 

RESPONSABILIDADE
Para o diretor da Ecovias, o engavetamento foi motivado por imprudência dos motoristas. A versão da empresa é de que o acidente teve início quando quatro veículos pararam na faixa da esquerda. "Tudo o que nós poderíamos fazer, foi feito."

Apesar disso, Cassaniga declarou que não pode garantir que outros acidentes não acontecerão no sistema. Segundo a concessionária, de 2001 a 2010, 74,4% dos registros ocorreram com tempo bom e visibilidade total. Em dias de chuva, a taxa foi de 22,2% e de 3,4% sob neblina.




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