Parte das cerca de 420 famílias ligadas ao MSTD (Movimento dos Sem-Teto de Diadema), que ocuparam dois terrenos na avenida Pirâmide, no Jardim Inamar, em Diadema, na madrugada de sexta-feira, foram barradas pelo bloqueio montado no início da via por policiais militares e guardas municipais quando tentavam levar telhados e pedaços de madeira para os acampamentos, por volta das 17h deste sábado.

Houve confronto entre sem-teto, policiais e guardas. Ao menos um manifestante foi detido, segundo a polícia, porque agrediu uma policial militar.

Um novo confronto nas mesmas condições aconteceu por volta das 18h30 no terceiro terreno particular invadido pelo movimento, na rua Vicente Feola, no Jardim Mafalda. Houve furto de madeiras em uma escola estadual em construção atrás do terreno. Segundo um boletim de ocorrência feito pela construtora, invasores poderiam ser os responsáveis. O caso vai ser investigado pela polícia.

Os sem-teto resolveram subir com os materiais para o acampamento depois de assembléias realizadas horas antes por comissões de cada um dos três acampamentos. “Vamos tentar negociar com os guardas, mas se não houver acordo, tentaremos subir com as madeiras mesmo assim”, afirmou Milton Luiz, 41 anos, líder do MSTD.

Pouco antes do primeiro confronto, as famílias desceram para uma rua próxima, onde estava estacionada uma Kombi carregada com madeiras. Nessa hora, policiais militares seguiram para o local. Apesar do empurra-empurra e do bate-boca entre invasores e policiais, os manifestantes conseguiram descarregar a carga.

A rua fica a cerca de 300 m do bloqueio feito pelos policiais na avenida Pirâmide. Ao descarregaram os materiais, os manifestantes voltaram para a avenida Pirâmide, a fim de subir para os acampamentos. No entanto, não conseguiram passar pelo bloqueio montado e tiveram de entregar os materiais de construção para os policiais e guardas. Um caminhão-baú da Prefeitura de Diadema chegou e retirou os materiais do local.

O objetivo do movimento é forçar os proprietários dos terrenos a negociar a venda das área por um “preço acessível”.

Segundo o MSTD, as famílias invasoras moravam nos bairros Casa Grande, Jardim Ruyce, Serraria e Campanário.

Reintegração – Neste sábado, um procurador da família Camorin, representantes da Associação Mutirão Habitacional de Diadema e da Paranoá Tapetes, donos dos terrenos invadidos, entrariam com pedidos de reintegração de posse na Justiça.

Colaborou Orlando Filho