Moradores da Vila Conquista, em Diadema, sofrem com a proliferação de ratos. A praga tem feito todos se protegerem de alguma maneira - montam ratoeiras, espalham veneno e até adquirem gatos, tudo sem sucesso.

Desde janeiro, o pintor Lourival Benitte, que mora no bairro há 16 anos, já matou 15 ratos. "O extermínio dos roedores está dificil, mesmo com todos os artifícios usados. Um vizinho comprou um gato para caçá-los, sem sem sucesso. Na briga, o rato, que era grande, saiu vencedor e matou o gato."

Segundo alguns moradores, a culpa é do Posto de Coleta Seletiva que há no bairro há oito anos, tanto que cogitam fazerem abaixo-assinado para transferi-lo. "Quando o pessoal do centro de zoonozes vem aqui, traz veneno para nós colocarmos em nossas casas, mas eles tinham que jogar veneno no posto de coleta seletiva que fica no bairro. É lá que os roedores procriam" afirma Benitte.

Mas segundo Marluci Maria da Silva, coordenadora do posto, a Prefeitura desratiza e dedetiza o espaço três vezes por mês - o problema é que a vizinhança confunde o posto com aterro e joga lixo orgânico no local. "Eles não entendem que aqui é um local para fazer a triagem do material reciclado."

Benitte admite que alguns moradores, por falta de informação, jogam lixo no local. "Temos que fazer um trabalho de conscientização", lamenta.

O conselheiro de saúde Raimundo Nonato Santos afirma que os moradores não aguentam mais viver reféns dos roedores. "Depois das 19h as pessoas precisam fechar tudo com medo. Animais de estimação já morreram, um vizinho foi mordido, todos estão apavorados." Santos afirma que o bairro tem cerca de 15 mil moradores, e nem todos contam com coleta de lixo. "Há trechos em que o caminhão não entra, e muitos são obrigados a jogar o lixo nas grandes avenidas."

A Prefeitura de Diadema foi procurada pelo Diário, mas não respondeu aos questionamentos da população.