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Homem preso no assalto da Atento teria álibi
Kléber Werneck
Da Redaçao
31/03/2000 | 11:52
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   A família e amigos do recepcionista Cristiano de Almeida Costa, 23 anos, estao reunindo provas para atestar que ele nao participou do assalto na Atento do Brasil, na quarta, no bairro Nova Petrópolis, em Sao Bernardo. O principal álibi de Cristiano é o local de seu trabalho, a escola de idiomas Leader Course. Ele também nao tem passagens pela polícia.

Cristiano foi preso logo após a tentativa frustrada de assalto, que ainda teve como saldo a morte de um assaltante e a prisao de outro. Ele caminhava próximo ao local do crime quando foi detido por policiais e levado para averiguaçao. Quatro testemunhas, que estavam entre o grupo de 1,2 mil pessoas mantidas reféns no local, reconheceram o recepcionista como um dos assaltantes. Ele negou que tenha participado do roubo.

Nesta quinta, familiares e amigos de Cristiano disseram estar "revoltados" com a situaçao. A avó do acusado, Marieta de Almeida Costa, 46 anos, disse que os dois estavam em casa no horário do assalto - por volta das 11h20. Ele teria ligado para a escola de idiomas e, em seguida, saído para ir trabalhar.

"Ele nos ligou e disse que estava vindo. Se for possível conseguir esta gravaçao, de alguma companhia telefônica, a polícia poderá verificar os números dos telefones e o horário da ligaçao", confirmou José Carlos de Sampaio Mattos Júnior, 33 anos, um dos diretores da escola.

Mattos ainda ressaltou que o recepcionista trabalhava das 12h às 22h e que, por isso, deveria estar perto da escola no momento do assalto. Segundo ele, Cristiano trabalha no local há pouco mais de um ano como recepcionista e é instrutor de idiomas.

Além do provável álibi, os familiares de Cristiano ressaltam seus "bons antecedentes". Segundo seu pai, Valdir de Almeida Costa, 46 anos, o rapaz freqüenta a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias. "É um garoto sem vícios, nao fuma, nao bebe e só vive na igreja", afirmou.

A família já contratou um advogado e deve entrar com um pedido de liberdade provisória nos próximos dias. Após provar a inocência de Cristiano, os familiares pretendem pedir indenizaçao ao Estado, por danos morais.

O delegado titular do 1º DP de Sao Bernardo, José Ribamar de Freitas Raposo, admitiu nesta quinta que "sentiu muita dúvida" antes de tomar a decisao de prender Cristiano. Segundo ele, a prisao só foi decretada após uma reuniao que teve duraçao de cinco horas e contou com a participaçao do delegado seccional, Pedro José Liberal, e das testemunhas.

"Prender uma pessoa é uma responsabilidade muito grande. Eu só tomei esta decisao porque as testemunhas deram 100% de certeza no reconhecimento. E, por lei, reconhecimento das testemunhas é uma das principais provas por lei."




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