Embora Gomes Neto atribua a troca a uma simples medida administrativa no âmbito do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro Sao Paulo), a mudança está relacionada ao grande desgaste enfrentado pela polícia de Santo André no caso dos caça-níqueis, quando policiais foram acusados de receber propinas da máfia.

O próprio Pacífico havia assumido o lugar de seu primo Francisco Pacífico de Migueli, em outubro de 1998, quando oito delegados da regiao foram acusados por um suposto desvio de R$ 600 mil da verba para combustíveis. Naquele mesmo ano, vários policiais da Seccional foram presos sob a acusaçao de formar uma quadrilha envolvida em roubos, homicídios e tráfico de drogas.

Peso-pesado - Gomes Neto, 43 anos, assume a Delegacia Seccional de Santo André após atuar, por três meses, como segundo homem do Demacro, departamento que comanda a policia civil da regiao metropolitana. Delegado especial há três anos, casado, um filho, o policial ingressou na força 25 anos atrás.

Passou no concurso para delegado em 1981, juntamente com o atual titular da Delegacia Geral, Marco Antônio Desgualdo, entre outros. No início da carreira, foi investigador durante sete anos.

Até assumir como vice-diretor do Demacro, Gomes Neto comandou a Divisao de Produtos Controlados (controle de armas) do Dird (Departamento de Investigaçoes e Registros Diversos), órgao que sedia a força-tarefa que atua contra a chamada máfia da propina da capital.

A experiência adquirida em várias cidades do interior, como Bragança Paulista, Atibaia, Serra Negra e Aguas de Sao Pedro, segundo o delegado, deve ajudá-lo. "Santo André é uma cidade grande com qualidades do interior. Minha experiência vai me deixar bem à vontade com a comunidade."